Avaliação do teste Platelia EIA® Aspergillus para diagnóstico da aspergilose em pinguins e interferência da contaminação ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cabana, Ângela Leitzke
Orientador(a): Meireles, Mario Carlos Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Veterinária
Departamento: Faculdade de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/8124
Resumo: A aspergilose é uma doença infecciosa não contagiosa causada por fungos do gênero Aspergillus, especialmente aqueles pertencentes à secção Fumigati e já foi descrita em diversas espécies, dentre elas os pinguins. As altas taxas de mortalidade atribuídas a esta doença, são decorrentes especialmente da dificuldade de realização de um diagnóstico precoce. Técnicas diagnósticas diretas para detecção do antígeno fúngico galactomanana (GM) em amostras clínicas têm sido utilizadas de modo crescente para o diagnóstico de aspergilose invasiva (AI) em humanos. A GM constitui-se de um polissacarídeo presente na parede celular de fungos do gênero Aspergillus. Embora sua aplicabilidade já esteja estabelecida para o diagnóstico precoce da AI em humanos, uma única testagem sérica por ELISA sanduíche a partir do kit comercial Platelia® Aspergillus EIA, deve ser interpretada com cautela, pois a técnica apresenta algumas limitações. Em animais sua aplicabilidade ainda não é bem elucidada. Com isso, o estudo objetivou avaliar a eficácia do teste Platelia EIA® Aspergillus para diagnóstico da aspergilose em pinguins e a influência da contaminação ambiental nos resultados do mesmo. Foram incluídas no estudo diagnóstico, amostras séricas de 29 pinguins de Magalhães que vieram a óbito por aspergilose (grupo caso) e 23 hígidos (grupo controle), as quais foram testadas a partir do kit para ensaio imunoenzimático tipo sanduíche em microplaca (Platelia Aspergillus EIA®, Bio-Rad) conforme as instruções do fabricante. Para o experimento de interferência ambiental foram utilizados 12 isolados de A. fumigatus da micoteca do Laboratório de Micologia da Faculdade de Medicina da FURG/FAMED incluindo cepas padrão, isolados clínicos de pinguins, humanos e isolados ambientais. Foram utilizadas para padronização do inoculo etapa de filtração, sedimentação, Pour-plate e espectrofotometria de acordo com CLSI, 2008. A detecção de GM foi realizada em três diluições sucessivas dos inoculos seguindo instruções do fabricante. Ao final foi calculado o índice de GM dividindo o valor da média da DO da duplicata da amostra (clínica ou da cepa testada) pelo valor da média da DO da duplicata da amostra de cut-off fornecida pelo kit. O índice de GM sérica não diferiu entre os animais do grupo caso e controle (pKW=0,097). A partir dos valores determinados pelas coordenadas da curva ROC, quatro diferentes pontos de corte (0,5, 1,0, 1,5 e 2,0) foram analisados, resultando em taxas de sensibilidade variando de 86,2% a 34,5%, e de especificidade entre 87% e 26,1%. Já na avaliação da interferência ambiental, a menor concentração de propágulos fúngicos de Aspergillus fumigatus capaz de gerar um resultado positivo foi de 480 conidios, sendo a concentração mediana de 4,8x103. Conclui-se que adetecção sérica de GM pelo teste Platelia Aspergillus EIA® não parece ser útil para o diagnóstico da aspergilose em pinguins naturalmente infectados, resultando em muitos falso-positivos. E, em relação a quantidade de conídios de A. fumigatus necessária para determinar resultado falso-positivo no teste de detecção de GM, evidenciou-se que há necessidade de uma maciça contaminação ambiental, por no mínimo 500 conídios, para que haja interferência no Platelia Aspergillus EIA®.