Repercussões do biofeedback cardiovascular no controle autonômico de indivíduos com diabetes mellitus tipo 2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: VIDAL, Tainá Maria de Souza
Orientador(a): MORAES, Sílvia Regina de Arruda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40655
Resumo: O Diabetes Mellitus (DM) caracteriza-se como um grupo de distúrbios heterogêneos, que se caracterizam pelo aumento da concentração de glicose no sangue. Se tornou uma das afecções mais prevalentes da última década, com 463 milhões de portadores em todo mundo, sendo sua forma mais comum a DM do tipo 2, caracterizada por resistência à insulina decorrente do estilo de vida e de causas multifatoriais. As complicações podem levar a danos na macrovasculatura e microvasculatura, aumentando a incidência de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e neuropatia autonômica. Estes pacientes apresentam menor condição aeróbica, menor consumo máximo de oxigênio e débito cardíaco. Além disso, os danos a microvasculatura ainda podem afetar a saúde mental e qualidade de vida destes indivíduos. No que concerne à proposta terapêutica para esses casos, o biofeedback cardiovascular é uma técnica de autorregulação fisiológica do sistema nervoso autônomo (SNA) geralmente associado a terapias de relaxamento, que afeta estruturas como o sistema cardiovascular, sistema respiratório, SNA e os sistemas de regulação da emoção e é capaz de melhorar o controle vagal da frequência cardíaca. Nessa terapia, o indivíduo pode aprender as respostas do seu próprio corpo através de informações vindas do batimento cardíaco, sendo capaz de afetar a regulação das emoções e melhorar o controle vagal. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi analisar as repercussões de um treinamento com biofeedback cardiovascular sobre o sistema nervoso autônomo, saúde mental, qualidade de vida, capacidade funcional e o controle glicêmico de indivíduos com DM2. Trata-se de um ensaio clínico no qual foram randomizados 24 pacientes, dos quais 11 foram alocados para o grupo intervenção e 13 para o grupo controle. Os participantes do grupo intervenção foram submetidos a um protocolo de treinamento com biofeedback cardiovascular durante oito semanas, com um total de 20 horas de treino e passaram por avaliação da variabilidade da frequência cardíaca, da qualidade de vida, de sintomas de ansiedade, depressão e estresse, análise dos níveis de hemoglobina glicada e ainda tiveram a capacidade funcional avaliada através da ergoespirometria. Após a intervenção foram observadas diferenças estatisticamente significativas sobre as variáveis de saúde mental e qualidade de vida. Além disso, a variabilidade da frequência cardíaca alcançou significância estatística em uma de suas variáveis. Foi observada também diferença significativa na variável hemoglobina glicosilada, com diminuição da concentração sanguínea de 1,58g/dL. Para as demais variáveis mensuradas, tempo de alcance do consumo máximo de oxigênio, tempo de recuperação após o teste, frequência cardíaca de repouso, frequência cardíaca máxima, frequência cardíaca após o teste, as diferenças não foram estatisticamente significativas. O protocolo de intervenção foi capaz de alcançar respostas positivas na saúde mental e qualidade de vida, nos quais foi possível observar uma pequena, mas significativa melhora da ansiedade no grupo intervenção, além de melhoras subjetivas relacionadas ao estresse, entretanto os resultados no SNA foram inconclusivos. O biofeedback cardiovascular foi capaz também de promover uma redução significativa dos valores de hemoglobina glicosilada em pacientes diabéticos, entretanto, não exerceu influência significativa sobre as variáveis da capacidade funcional.