As artes de fazer da avaliação fabricadas no cotidiano escolar: um olhar para as táticas avaliativas dos professores dos anos iniciais do ensino fundamental
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30885 |
Resumo: | Em busca de compreender o movimento das mil maneiras do cotidiano escolar se revelar, esta pesquisa versou sobre as práticas “comuns” vivenciadas nesse espaço. De modo específico, direcionamos nossa investigação para as táticas avaliativas tecidas cotidianamente pelos “sujeitos ordinários” da escola, em busca de investigar nas práticas avaliativas o movimento entre os discursos das avaliações pensadas no contexto do texto e as táticas fabricadas pelos professores no cotidiano da sala de aula dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para tanto, tivemos como objetivos específicos: analisar sentidos de avaliação inscritos nas produções acadêmicas; identificar a produção discursiva da avaliação da aprendizagem pensada enquanto texto político; e evidenciar o processo de fabricação das táticas avaliativas tecidas pelos professores no cotidiano escolar. Assim, partimos de autores como Méndez (2002), Marinho, Leite, Fernandes (2013) que versam sobre as concepções e práticas de avaliação da aprendizagem; dialogando com Certeau (2014) na direção dos consumos, táticas e artes de fazer silenciosamente e sutilmente fabricadas nos cotidianos; e Ball (1992) para tratar dos contextos macro e micropolíticos, nos quais as políticas-práticas avaliativas são pensadas-vividas. Consideramos ainda, no debate teórico, as publicações científicas da ANPED, do BDTD da UFPE, do ENDIPE e da Revista Estudos em Avaliação Educacional, as quais constituíram-se como dispositivo teórico-analítico dos sentidos de avaliação historicamente produzidos no campo dos estudos em Educação. Nosso percurso metodológico corresponde a um movimento discursivo que, sob a luz teórico-metodológica da Análise do Discurso (ORLANDI, 2010), possibilitou-nos evidenciar a rede discursiva emergida dos processos de significação e os discursos outros que também concorrem na disputa por fixação de sentidos permeada nas lutas pelo controle da enunciação em torno da avaliação. Dessa forma, tivemos como procedimentos de coleta de dados a pesquisa documental dos estudos produzidos em lócus científicos e as observações sistemáticas das aulas das professoras. Como resultados de pesquisa, vislumbramos que entre os documentos oficiais de avaliação e as táticas avaliativas das professoras, existe um entremeio no qual se localizam agentes de influências, que na posição discursiva (secretários municipais de educação, gestores e coordenadores) que ocupam, apresentam-se como “tradutores” das políticas. Não as rejeitando ou modificando diretamente, as professoras driblavam essas traduções através de artimanhas de estranhamento, questionamento e burla. Nesse movimento de distanciamento e escape às regras do jogo de poder, as docentes iam (re)inventando a avaliação, o currículo e os cotidianos a elas dados, revelando que a despeito das macro e micropolíticas de avaliação, da política de formação continuada do município, das regulações dos gestores e coordenadores escolares e dos seus próprios saberes e experiências profissionais, o poder-saber-fazer avaliativo delas era ainda influenciado por uma cotidianidade programada/aflorada na vitalidade e fluidez da escola. Jogando com os movimentos de influências e com a vida cotidiana, as táticas avaliativas revelaram-se em astúcias sutis, que não se conformando com prescrições e cotidianos cristalizados, escapavam e resistiam ao controle e regulação a elas imbuídos, sinalizando, assim, que o movimento tecido entre as políticas e as táticas avaliativas é interpelado por interesses, saberes, traduções e leituras fugazes dos produtos instituídos. |