Avaliação da ação in vitro da imunoglobulina intravenosa humana isolada e em combinação com meropenem, amicacina e colistina em isolados multidroga-resistentes de Acinetobacter baumannii

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: LIMA, Fernanda Cristina Gomes de
Orientador(a): SANTOS, Fábio André Brayner dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38235
Resumo: Acinetobacter baumannii é um patógeno oportunista associado ao aumento de Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (IRAS). O uso combinado de antimicrobianos é uma alternativa para o tratamento de infecções por A. baumannii multidroga-resistentes (MDR), contudo nem sempre eficazes, por apresentarem efeitos colaterais e toxicicidade para as células, sendo necessárias alternativas para o tratamento. Estudos mostram resultados promissores da terapia empírica com preparações imunoglobulina intravenosa (IGIV) e antimicrobianos para infecções bacterianas, utilizando a ação direta da IgG, invés da reposição do sistema imunológico. O objetivo deste estudo foi verificar, em isolados clínicos de A. baumannii, a ação da combinação de antimicrobianos (meropenem, amicacina e colistina) e descrever as possíveis alterações ultraestruturais induzidas in vitro pela IGIV com e sem soro humano em associação com os antimicrobianos. A Concentração Inibitória mínima (CIM) dos antimicrobianos foi determinada em dez isolados de A. baumannii, seguida pela análise por checkerboard. Quatro isolados foram selecionados e submetidos à 4mg/mL de IGIV isoladamente e em combinação a diferentes sub-CIM sinérgicas dos antimicrobianos. Posteriormente, foram processados para microscopia eletrônica de varredura (MEV). Foi determinada a taxa de fagocitose e a capacidade de ligação da IGIV à célula bacteriana para dois isolados da A. baumannii submetidos à IGIV humana isoladamente e em combinação com diferentes sub-CIM sinérgicas dos antimicrobianos. Por fim, estes isolados foram submetidos à IVIG e aos antimicrobianos, juntamente com soro humano e processados para MEV. Nove isolados exibiram resistência ao meropenem, dois isolados foram intermediários à colistina e quatro isolados apresentaram susceptibilidade intermediária para amicacina. Foram observadas concentrações sinérgicas em cinco dos dez isolados avaliados nas combinações de meropenem/amicacina e meropenem/colistina. Quando submetidas à IGIV e a sub-CIM de meropenem, amicacina e colistina, as células bacterianas apresentaram alterações morfológicas, como alongamento celular, rugosidade de membrana, ruptura celular, divisão celular incompleta, presença de ―bolhas‖ na superfície celular e ―depressão‖ na membrana. Não houve diferença estatisticamente significativa nas taxas de fagocitose. Os isolados bacterianos também apresentaram alterações morfologicas quando submetidos à IGIV/Soro humano isoladamente e em combinação com antimicrobianos, como: alteração na forma, enrugamento, depressão da membrana e principalmente ruptura celular com extravasamento de material citoplasmático. Os isolados apresentaram, visualmente, diferença na ligação da IGIV à célula bacteriana, com maior florescência no isolado sensível ao meropenem, amicacina e colistina. Entre os tratamentos, não foram observadas diferenças na ligação da IGIV à célula bacteriana. A ação combinada da IGIV com meropenem, amicacina e colistina frente isolados MDR de A. baumannii causa diversos danos à célula bacteriana, e quando associados ao soro humano, pode ser verificada uma grande destruição de células. Possibilitando observar in vitro que a IGIV associada ao meropenem, amicacina e colistina pode ser alternativa promissora no combate de infecções por A. baumannii MDR, visto danos morfológicos causados, similares aos danos provocados pelas combinações de antimicrobianos, além de IVIG não apresentar efeitos colaterais e toxicidade as células humanas. Assim, estes dados dão suporte à continuação do uso empírico e estimula análises in vivo com IGIV em busca de novas opções terapêuticas para IRAS.