Educação financeira na educação de jovens e adultos : o livro didático, as concepções de professores e o planejamento de suas práticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SILVA, Maria Manuela Figuerêdo
Orientador(a): SELVA, Ana Coêlho Vieira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao Matematica e Tecnologica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40619
Resumo: O presente estudo tem como objetivo analisar livros didáticos, concepções e o planejamento de práticas pedagógicas de professores de Matemática do Ensino Médio na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA) sobre Educação Financeira (EF). A fundamentação teórica apoia-se na Teoria da Educação Matemática Crítica de Skovsmose. O percurso metodológico foi desenvolvido em três etapas: análise da abordagem da Educação Financeira no livro didático de Ciências da Natureza e Matemática do Ensino Médio da EJA, único aprovado no Programa Nacional do Livro Didático – PNLD/2014; entrevistas com 10 docentes de Matemática do Ensino Médio da EJA para investigar as concepções de professores acerca do tema; análise dos planejamentos de dois professores entrevistados referentes a uma aula de Educação Financeira. Todos os professores entrevistados eram integrantes de escolas localizadas na Zona da Mata Norte do estado de Pernambuco. Em relação aos resultados, no livro didático foram identificadas doze atividades com potencial para discutir a Educação Financeira, sendo nove nos capítulos de Matemática e três nos capítulos das outras áreas de conhecimento (Biologia, Química e Física). Nos capítulos de matemática, observou-se uma estreita relação com os conteúdos matemáticos, uma vez que a maioria das atividades com potencial para EF solicitava o uso do cálculo numérico. Sobre as orientações para as atividades no manual do professor, percebe-se que não trazem subsídios necessários ao docente para desenvolver uma discussão reflexiva sobre a temática. Sobre os Ambientes de Aprendizagem de Skovsmose, nos capítulos de Matemática, notou-se uma forte presença do tipo semirrealidade na perspectiva do exercício, enquanto que nos capítulos das outras áreas do conhecimento, as três atividades encontradas apresentavam potencial para o desenvolvimento de um ambiente crítico e investigativo. No que se refere às concepções dos professores, os dados obtidos nas entrevistas evidenciaram uma compreensão de Educação Financeira fortemente voltada para a abordagem de situações financeiras, envolvendo cálculos numéricos, embora já incluíssem, em alguns momentos, uma análise mais reflexiva sobre as questões relativas às finanças. Sobre o trabalho com a temática em sala de aula, a análise das atividades realizadas pelos professores na entrevista e a análise dos planejamentos de aula entregues por dois deles, parecem sugerir um ensino direcionado a assuntos pertencentes à Matemática Financeira, com uma metodologia voltada à prática de exercícios, ainda que já demonstrem perceber a abrangência da Educação Financeira em relação à Matemática Financeira, apresentando reflexões pertinentes à formação cidadã no campo da EF na EJA. Diante de tais resultados, defende-se a necessidade de um investimento maior na formação dos profissionais que tratam a temática nas escolas, especialmente na EJA, bem como em materiais de apoio didático que possam subsidiar os professores no desenvolvimento de uma proposta mais reflexiva e interdisciplinar sobre a Educação Financeira, contribuindo para a formação integral, cidadã e crítica dos estudantes.