Estudo da ação do Propranolol sobre a secreção de testosterona em células intersticiais testiculares de ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: do Carmo de Carvalho e Martins, Maria
Orientador(a): Inês Wanderley, Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1721
Resumo: O propranolol, utilizado frequentemente na patologia cardíaca por seu efeito bloqueador β-adrenérgico, está freqüentemente associado com efeitos sexuais colaterais. Esses efeitos não parecem estar relacionados ao bloqueio β-adrenérgico. O efeito do propranolol sobre o metabolismo dos fosfolipídios e do diacilglicerol tem sido referido na literatura. No presente trabalho foi estudado o envolvimento da via de tradução do sinal do diacilglicerol/proteína quinase C (DAG/PK-C) na ação do propranolol sobre a secreção de testosterona em células intersticiais testiculares de rato. O tratamento agudo com propranolol estimulou a secreção de testosterona in vitro com concentrações da droga variando de 1μM a 100 μM. O H-7 (20 μM), inibidor da PK-C, reduziu esse efeito em aproximadamente 50%. Na concentração de 75 μM o S-propranolol reduziu 50% da ligação do [3H]12,13-dibutirato de forbol ([3H]PDBu) às células enquanto que no homogeneizado dessas células a redução da ligação foi de apenas 5%. Esses resultados sugerem que o efeito do S-propranolol sobre a ligação do [3H]PDBu poderia ser indireto, possivelmente por aumentar a concentração de um mediador químico que interage com o domínio regulatório da PK-C. Em concentrações ainda mais baixas (1 nM a 100 nM), o S- ou R-propranolol adicionado diretamente à mistura de reação com PK-C parcialmente purificada das células intersticiais aumentou a fosforilação da histona. Essa fosforilação foi comparável àquela obtida com (25 μM) fosfatidilserina, não ocorreu em ausência de Ca2+ e foi revertida com 20 μM H-7. O tratamento crônico com propranolol por via intraperitoneal (30 mg/Kg/8 dias) bloqueou o efeitoestimulatório do S-propranolol e dos ativadores da PK-C (PDBu e LHRH) sobre a secreção de testosterona em células intersticiais testiculares in vitro, sugerindo a dessensibilização da via do DAG/PK-C nessas células. Contudo, a atividade da PK-C não foi modificada. O tratamento mais prolongado, por via oral, com propranolol (500 mg/L/5 semanas) produziu uma dessensibilização mais suave na resposta secretória das células, não modificou a ligação do [3H]PDBu e não modificou a atividade, em valores absolutos, da PK-C. Esses resultados sugerem que a PK-C não está envolvida na dessensibilização da resposta secretória. A especificidade dessa dessensibilização é sugerida pela não modificação (redução) do efeito inibitório do propranolol sobre a secreção de testosterona estimulada pelo hCG e dbAMPc, ativadores indireto e direto da PK-A. Concluindo, os resultados sugerem que a PK-C pode ser a quinase putativa envolvida no efeito agudo estimulatório do propranolol sobre a secreção de testosterona pelas células intersticiais testiculares e que a dessensibilização dessas células após tratamento crônico com propranolol não envolve diminuição da atividade ou de concentração dessa enzima