Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
OLIVEIRA, Francisco Barbosa de |
Orientador(a): |
OLIVEIRA FILHO, Pedro De |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8138
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Resumo: |
Desde o final da década de 1970 o campo religioso brasileiro tem sofrido grandes mudanças com o crescimento do pentecostalismo e o surgimento do movimento neopentecostal. Esse movimento de expansão se intensificou no início dos anos de 1990 tendo como sua principal expoente a Igreja Universal do Reino de Deus IURD. O destaque e interesse de pesquisadores do campo das ciências sociais especialmente entre a Sociologia, Ciências da Religião e Antropologia pela IURD, tem se dado pela forma como esta instituição tem imprimido uma nova dinâmica no campo religioso, produzindo e reproduzindo sentidos que possibilitam o estabelecimento de novas relações dos sujeitos com suas crenças, valores e com o mundo. Neste sentido o principal destaque dessa nova forma de se relacionar com as crenças e com a fé que a IURD vem construindo ao longo dos seus mais de trinta anos, apoiando-se numa proposta evangelística baseada na teologia da prosperidade e num discurso carregado de sentidos de que a prosperidade e as bênçãos de Deus devem ser conquistadas aqui na terra (o que contraria as posturas do pentecostalismo clássico), é sem dúvida a utilização das mídias na propagação de seu discurso, principalmente a mídia impressa. Neste sentido, nosso objetivo aqui é entender como os discursos produzidos pelo Jornal Folha Universal principal meio de comunicação impressa da IURD tem produzido, termos, definições e descrições que constroem e mobilizam sentidos sobre a identidade religiosa dos fieis da própria igreja e como descrevem e posicionam outros grupos religiosos. Para efetivar esse objetivo, coletamos e utilizamos treze exemplares do jornal que é composto por trinta e duas páginas e correspondem a três meses de publicação do semanário, sendo estes os meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2010. Na análise dos dados utilizamos a Psicologia Social Discursiva, cuja ênfase é dada na função, variabilidade e efeitos do discurso, e que apresentam como principais representantes os teóricos Jonathan Potter, Margaret Wetherell, Michael Billig e Derek Edwards. Identificamos durante a análise que prevalece o uso de termos e descrições sobre a identidade do sujeito iurdiano que enfatizam uma relação deste com a igreja, como principal meio pelo qual o sujeito conseguirá adquirir as conquistas financeiras, espirituais, amorrosas e familiares. Quando o jornal descreve e posiciona a instituição IURD em seu discurso prevalece o uso de descrições que colocam a igreja numa posição de destaque frente a outros grupos religiosos, estas expressões apontam a igreja como uma instituição de prestígio e sucesso no cenário religioso nacional e internacional. Ainda são anexados descrições que identificam a igreja como estando em constante crescimento e avanço. As narrativas também deixam evidentes no discurso do jornal (um discurso que busca evitar posicões explícitas, que evidenciam velhos entraves religiosos, doutrinários e teológicos, ou seja, uma forma não direta de posicionar o outro) a forma como a IURD busca posicionar outros grupos religiosos. Expressões como magia negra, maldade, dor e crueldade são organizadas retoricamente para produzir categorizações negativas contra as religiões de matriz-afro, ou seja, ao passo que o jornal produz descrições e narrativas sobre fatos jornalísticos, o mesmo fabrica verções da realidade que objetivam desacreditar outros discuros de segmentos e instituições religiosas diversas, promovendo assim uma certa disputa no que chamamos de mercado religioso |