Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
PACHECO, Emanuele de Souza |
Orientador(a): |
SUASSUNA, Lívia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40252
|
Resumo: |
Esta pesquisa teve como objetivo principal analisar como se constrói o currículo de português no cotidiano do ensino médio quanto ao trabalho com gêneros textuais. Para isso, traçamos os seguintes objetivos específicos: investigar quais são as concepções de currículo, língua e gênero textual do professor; verificar quais critérios o docente utiliza para selecionar os gêneros textuais abordados em sala de aula; investigar quais as metas de aprendizagem do professor quando trabalha com gêneros textuais, e como ele as define; analisar os procedimentos de ensino utilizados no trabalho com gêneros no cotidiano da sala de aula. Para compreendermos melhor nosso objeto de pesquisa, foi necessário um aprofundamento nos estudos sobre currículo e, para tal, nos baseamos principalmente nos seguintes autores: Silva (2010, 2011), Ball (1989, 1994, 2011), Paiva, Frangella e Dias (2006), Lopes (2008, 2005) e Certeau (1994). Por termos nos proposto a analisar especificamente o currículo de língua portuguesa, foi necessário discorrermos sobre os documentos curriculares oficiais nesta área (BRASIL, 1999; 2006). Além disso, recorremos a alguns teóricos, como Mendonça (2006), para tratar sobre como vêm sendo construídas as aulas de língua portuguesa no cotidiano. Quanto aos gêneros textuais, partimos das definições de Bakhtin (2003) e discorremos sobre as problematizações feitas por Geraldi (2010), Rodrigues (2004; 2005) e Rojo (2005) em relação a esses tipos de enunciado. Também tratamos da didatização de gêneros textuais, de maneira que Bunzen (2004), Soares (2005) e Schneuwly e Dolz (2004) nos auxiliaram a compreender as propostas da Escola de Genebra, da Escola de Sidney e da Escola norte-americana. Realizamos uma pesquisa qualitativa, de cunho indiciário, com duas docentes de turmas do 2º ano do ensino médio. Uma lecionava no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e a outra, em uma Escola de Referência no Ensino Médio (EREM). Fizemos uso de dois instrumentos de coleta de dados: a entrevista semiestruturada e a observação de aulas, além de realizarmos uma breve análise de documentos, quando necessário. Os resultados de nossa pesquisa nos deram indícios de que, na rede estadual de ensino de Pernambuco, há uma presença mais forte das estratégias de poder (CERTEAU, 1994) por meio das avaliações externas, de maneira que há uma tendência de que os gêneros sejam abordados enquanto objetos de ensino pela professora. Na instituição federal, a política de incentivo à Pesquisa parece influenciar bastante a prática de ensino dos professores, de modo que a formação acadêmica confluente com uma perspectiva sociointeracionista da língua tende a levara docente a uma abordagem dos gêneros mais como prática social do que como objeto de ensino. Entretanto, concluímos que as professoras não se submetem a esses contextos de modo passivo. Elas hibridizam (BALL, 1989) elementos diversos, como suas histórias, seus percursos acadêmicos, o currículo prescrito pelos contextos oficiais, o perfil e a demanda dos alunos, no intuito de alcançar os objetivos que lhes parecem pertinentes no trabalho com os gêneros textuais. |