Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
ALBUQUERQUE, Cinthya Tavares de Almeida |
Orientador(a): |
MELO, Márcia Maria de Oliveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15776
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Resumo: |
O baixo letramento de nossa população gerou críticas através de um discurso em prol de mudanças na formação dos professores, defendido por duas formações discursivas: uma advinda do próprio campo educacional e outra do campo da produção econômica. No entanto, identificamos que o campo econômico usa o termo mudança apenas como substituto do termo inovações, já que anuncia modificações superficiais para a formação docente. O que é compreensível por ser o discurso da inovação atrelado ao campo produtivo, que não deseja mudanças na ordem política e econômica da sociedade, mas se valer das instituições de ensino para dar continuidade ao projeto de globalização gerado pelos ideais neoliberais das nações desenvolvidas, pois desde que o mundo da produção tornou-se complexo, ter o domínio cada vez maior da linguagem escrita equivale a executar com mais qualidade e competência as tarefas profissionais na chamada Sociedade do Conhecimento. Diante deste contexto, escolhemos como objeto de estudo a profissionalidade docente, ou seja, o conjunto de atributos capaz de caracterizar uma pessoa como membro de uma dita categoria profissional, para responder, se, em nossa contemporaneidade, o discurso em prol de mudança produzido pela cultura da inovação advinda do campo produtivo vem influenciando ou não na construção da imagem de profissionalidade dos docentes universitários dos cursos de Letras e consequentemente no exercício dessa profissão. Por isso o nosso sujeito é o docente dos cursos de licenciatura em Letras com habilitação em língua portuguesa de duas universidades públicas federais de Pernambuco, cujos discursos foram analisados, tendo como embasamento teórico a Análise de Discurso. Dezoito docentes permitiram a observação de suas aulas e 11 deles preencheram questionários sobre o objeto em estudo. Além da análise desse material, pesquisamos também documentos produzidos por agências multilaterais sobre o ensino superior, a saber, um relatório do Banco Mundial e uma declaração da UNESCO para compararmos o discurso presente nestes documentos, enquanto representativos do discurso em prol de inovações no mundo educacional com os resultados encontrados no discurso docente. Comprovamos assim que a influência do discurso dessas agências se faz presente categoricamente no discurso oficial produzido pelo MEC e parcialmente nos documentos institucionais (Projeto Político Pedagógico dos Departamentos de Letras investigados) também averiguados, mas não está presente no discurso docente dos nossos investigados, cuja imagem de profissionalidade é distinta da produzida pelo discurso transnacional. Em vista de que no discurso dos nossos investigados prevalece é a defesa de um profissional que tenta deixar para trás a imagem do docente transmissor de conhecimentos especializados, construído pela modernidade, para incorporar a figura do profissional do ensino pronto a ensinar a ensinar os futuros professores da educação básica as habilidades da linguagem escrita necessária à promoção de uma vida mais plena para a nossa população, o que é apontado como a mudança de fato a ser realizada. Se tal caminho ainda não se consolidou, é porque não é fácil apagar as formações imaginárias que alimentam a figura do docente universitário desde a criação das universidades. De forma que em seus discursos, os docentes se opõem a coadunar com o discurso de inovação do mundo econômico, e a tentativa de manutenção da ordem existente. E mesmo que ainda não tenham construído inteiramente aquela que será a nova imagem de profissionalidade do docente do ensino superior, já há a consciência de que a mudança é imprescindível. |