Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
RAMOS, Danielle Gonçalves Seabra Peixoto |
Orientador(a): |
CALDAS NETO, Sílvio da Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Cirurgia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48707
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Resumo: |
A Síndrome congênita do zika vírus é consequência do dano imposto pela infecção fetal pelo vírus da zika com subsequente prejuízo no desenvolvimento neuropsicomotor, além de deficiências sensoriais. No entanto, apesar da comprovada associação entre a microcefalia relacionada ao zika vírus e a perda auditiva congênita, as relações entre a síndrome congênita do zika e o desenvolvimento da linguagem, bem como a possibilidade do surgimento de perda auditiva de caráter progressivo ou instalação tardia, ainda necessitam de esclarecimentos. O presente estudo, portanto, tem como objetivo principal avaliar o espectro de alterações de audição e linguagem presentes como manifestações da síndrome congênita do zika. Trata-se de estudo de longitudinal no qual foram acompanhados por quatro anos crianças com evidência de exposição fetal ao vírus da zika, independentemente de apresentarem sintomas da síndrome, nascidas entre os anos de 2015 e 2017. As crianças com triagem auditiva neonatal normal no primeiro ano de vida, foram posteriormente acompanhadas com avaliação semestral através de pesquisa do potencial evocado auditivo de tronco encefálico, audiometria de observação comportamental e de exame otorrinolaringológico. Dentre 410 crianças recrutadas para o estudo, 342 com alguma evidência de exposição ao zika vírus durante a vida intrauterina participaram do estudo e 73,2% apresentavam perímetro cefálico normal ao nascimento. O potencial evocado auditivo de tronco encefálico manteve-se invariavelmente presente nas avaliações, mas a despeito dos limiares auditivos preservados, algumas crianças apresentavam resposta comportamental ao som alterada, o que pode ser justificado por alterações neuropsicomotoras como o controle cervical instável, além de tônus axial e postura inadequadas. Portanto, conclui-se que a perda auditiva neurossensorial secundária à exposição fetal ao zika vírus tem apresentação típica ao nascimento, enquanto a instalação tardia ou progressiva parece não fazer parte do espectro atual desta síndrome. Contudo, apesar de limiares auditivos preservados, algumas crianças podem evoluir com resposta comportamental ao som alterada, prejudicando o desenvolvimento de elementos primordiais de linguagem. |