Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Wanderley Correia de Andrade, Fernanda |
Orientador(a): |
Maria Monteiro de Carvalho, Glória |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8323
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Resumo: |
Esta pesquisa teve como objetivo analisar se as peculiaridades na/com a fala da criança autista e as mudanças qualitativas advindas neste campo lingüístico poderiam refletir uma particular posição subjetiva (e possíveis alterações nesta posição) frente ao campo do Outro . A psicanálise de linha francesa e a lingüística estrutural (mais particularmente, a teoria estrutural sobre o processo de aquisição de linguagem de Cláudia Lemos) foram os referenciais teóricos adotados, revelando que, neste estudo, foi contemplada a articulação, ao mesmo tempo, de língua e sujeito. Para tal, foi realizado um estudo de caso de uma criança diagnosticada como autista, em distintas situações de interação com diferentes interlocutores que puderam lhe servir (ou não) de Outro . A análise dos dados de caráter qualitativo foi dividida em duas partes: 1) construção do lugar subjetivo que a criança é colocada nos contextos familiar e de tratamento; e 2) captação das posições subjetivas assumidas pela criança frente ao Outro (instanciação da língua). Tomando a repetição da fala do outro como elemento de referência, foram detectadas quatro amplas posturas da criança frente aos interlocutores (ausência de interlocução, interlocução ecolálica, interlocução não ecolálica e ruptura de interlocução) que revelavam diferentes posições subjetivas da criança em relação à língua. Estas posições subjetivas oscilavam constantemente de uma radical impossibilidade a uma efetiva possibilidade de dependência da criança à fala do outro, retratando, em determinados momentos, a submissão da criança ao funcionamento estrutural da língua, em termos do processo metonímico. Por sua vez, tomando o erro imprevisível como outro elemento de referência, foi possível detectar um efeito de enigma provocado nos interlocutores, por algumas produções estranhas da criança, que poderia expressar o movimento de retorno de algo neles, relativo ao funcionamento metonímico e metafórico da língua, que já estaria em trânsito na própria criança, embora ainda em estado rudimentar. Conclui-se que esta oscilação constante de posições subjetivas da criança frente à língua reflete modificações, embora não radicais, na estrutura psíquica, viabilizando novos arranjos subjetivos, em analogia aos movimentos de um caleidoscópio. Desta forma, a criança avança na questão da subjetividade, apresentando certas possibilidades de manobras subjetivas |