Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
CAVALCANTI, Joane Veloso Pina |
Orientador(a): |
SUASSUNA, Lívia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/22530
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Resumo: |
Na presente pesquisa, buscamos analisar o ensino de língua portuguesa (proposto e vivenciado) em uma escola de nível fundamental do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Especificamente, objetivamos: identificar as concepções de língua, ensino e currículo nas propostas curriculares para o ensino de língua portuguesa de uma escola do MST, bem como as propostas de trabalho para o ensino de língua portuguesa; verificar as concepções de língua e currículo dos professores de língua portuguesa e suas metodologias de trabalho em relação às especificidades da língua. A fim de compreendermos nosso objeto de estudo e analisarmos os dados coletados, nos apoiamos: em Antunes (2002), Geraldi (1997, 2009), Soares (2002) e Suassuna (2006) no que diz respeito às concepções de língua e ensino, bem como às questões referentes às especificidades do ensino de língua portuguesa; em Apple (2006), Moreira (2003) e Silva (1998, 2011), no tocante aos estudos sobre a relação entre o currículo, cultura e sociedade e em Arroyo (1999, 2005), em Caldart (2004, 2009) e em Fernandes (2006) e seus estudos sobre Educação do Campo, educação e movimentos sociais e educação e MST. Realizamos uma pesquisa de natureza qualitativa, tendo como sujeitos duas professoras do Ensino Fundamental II da Escola Municipal Catalunha, situada no Assentamento Catalunha, na região do Sertão de Pernambuco. A coleta de dados se deu a partir de análise documental, entrevistas semiestruturadas e observações de aulas. A análise documental foi feita no sentido de investigarmos as concepções de língua, ensino e currículo, os objetivos e as propostas metodológicas para o ensino de língua portuguesa em uma escola de assentamento. Nas entrevistas, pretendemos observar, a partir das falas das professoras, suas concepções de língua e currículo e as atividades realizadas nas aulas de português, seus conhecimentos sobre os princípios educativos e a proposta curricular de língua do MST, bem como a relação de suas práticas com as propostas para o ensino de língua do Movimento e com a formação de um sujeito crítico. Nas observações, buscamos identificar as concepções de linguagem e ensino subjacentes às práticas, os procedimentos metodológicos adotados no ensino de língua e a articulação entre as metodologias docentes e as propostas curriculares do MST e da escola. Em relação às professoras, percebemos que ambas não possuem conhecimentos sobre as propostas educativas do MST, bem como nunca tiverem acesso a documentos oficiais do Movimento que abordassem reflexões sobre o ensino de língua nessa realidade. Nesse contexto, as professoras organizam seu trabalho em sala de aula a partir de seus próprios conhecimentos e de suas concepções de que o ensino de língua se faz importante para que o sujeito possa interagir e ser aceito na sociedade. Nas aulas, observamos que as professoras A e B apresentam um posicionamento, diante do ensino de língua, mais estrutural e menos discursivo, através de procedimentos didáticos muito próximos de uma perspectiva conservadora e tradicional de ensino de língua. Essas questões nos levam a refletir que fugir a uma tradição escolar, mesmo num universo de movimento social, é ainda um grande desafio a ser vivido. |