Igioṣè no reino de obaràyí: Uma etnografia acerca da presença do baobá no Ilê axé opô aganju, Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SANTOS, Fernando Batista Dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17998
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo etnografar a presença de Igi Oṣè, conhecida entre nós como baobá (Adansonia digitata), no Ilê Axé Opô Aganju, Lauro de Freitas, BA. Liderado por Balbino Daniel de Paula, Obaràyí, o Aganju foi um dos contemplados pelo Projeto (Im)Plantando Morada dos Ancestrais em Salvador, CEAO-UFBA/SEMUR (2006), que objetivou a disseminação dessa árvore prioritariamente nos jardins sagrados baianos, a partir de mudas transportadas do Recife, desde 2005, para a capital baiana. Até então, os únicos registros dessa espécie da flora africana no arboreto urbano de Salvador se encontravam restritos ao Largo 2 de julho (Praça do Campo Grande) e ao Largo de Nazaré (Praça Almeida Couto) e, no Candomblé, apenas ao Ilê Axé Alabaxé, em Maragogipe, onde a árvore foi plantada em 24 de junho de 1993. O trabalho de campo foi realizado de setembro de 2015 a fevereiro de 2016. No Aganju, Igi Oṣè passa a ser associado ao vodun ao qual se atribui a primazia do culto às árvores na nação Jeje (PARÉS, 2006), a evidenciar absorções que ocorrem entre as diversas nações do Candomblé na Bahia. Ainda desconhecido pela maioria da comunidade religiosa, o acesso aos loci botânico e – mesmo que incipiente - litúrgico do Candomblé propiciado por esses sujeitos ao baobá ratifica a criativa tradição de (re)invenção religiosa visando à manutenção da África soteropolitana por essas comunidades que demonstram prestígio político ao atuarem de modo a serem contempladas por ações acadêmicas e políticas.