O ethos e o pathos em videoclipes femininos: construindo identidades, encenando emoções

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Mozdzenski, Leonardo Pinheiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11671
Resumo: O objetivo central desta investigação consiste em estudar de que forma se dá a construção do ethos e do pathos em videoclipes femininos. Em outras palavras, a minha principal finalidade é analisar as marcas linguisticamente inscritas no discurso videoclíptico feminino para a criação identitária de uma autoimagem das cantoras e para a encenação das suas emoções e sentimentos a partir dos vários modos semióticos orquestrados nesse gênero textual: imagem, música e palavra. De maneira mais específica, proponho-me aqui a: i) investigar o videoclipe como gênero textual, observando a sua formação histórica e sociorretórica, as suas configurações genéricas e também como dialoga intertextualmente com outros textos, discursos e gêneros; ii) examinar de que modo se dá a construção da identidade feminina no videoclipe a partir do debate entre feministas e pósfeministas em torno da constituição identitária da mulher; e iii) apresentar e discutir as principais abordagens teóricas sobre o ethos e o pathos ao longo da história e na atualidade, propondo por fim a adoção de uma perspectiva sociocognitiva acerca desses dois fenômenos. Para tanto, foram conjugadas interdisciplinarmente as contribuições teóricas de diversos campos do conhecimento: da Retórica Clássica, da Escola Americana da Nova Retórica, da Retórica Visual, da Análise do Discurso, dos Estudos Enunciativos, da Semiótica Social, bem como da Semiótica da Canção, sempre assumindo como principal norte teórico a sociocognição. O corpus analisado compõe-se dos seguintes videoclipes: Born this way (Lady Gaga, 2011), Firework (Katy Perry, 2010), Run the world (girls) (Beyoncé, 2011), Rolling in the deep (Adele, 2010) e Super bass (Nicki Minaj, 2011). A partir da amostra, realizei um estudo de caráter qualitativo, investigando exemplarmente a construção do ethos e do pathos nesses vídeos femininos selecionados, os quais se encontram dispostos em duas macrocategorias de análise: os ethe de engajamento (constituídos pelo ethos de identificação e pelo ethos de solidariedade) e os ethe de personalidade (formados pelo ethos de comandante ou líder, pelo ethos de humanidade e pelo ethos de ‘não-sério’ ou de ‘não-virtude’). Como resultado da análise, é possível concluir que as autoimagens construídas pelas cantoras em seus videoclipes se apresentam sob formas múltiplas, diversificadas e complexas, ao contrário do que apregoam os tradicionais estudos críticos de orientação feminista, os quais dicotomizam tais imagens entre boas (a serem usadas como modelo de comportamento) e más (a serem repelidas).