Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
MACEDO, Adriana Brandão |
Orientador(a): |
PASSAVANTE, José Zanon de Oliveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27467
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Resumo: |
O ecossistema que se forma após o naufrágio de embarcações tem feito sua biodiversidade ser comparada àquela encontrada em recifes naturais. A colonização e os processos de recrutamento estão estreitamente relacionados à competição e à oferta de substrato, o qual é rapidamente colonizado. Neste processo de construção e sustentabilidade das comunidades, destacam-se os organismos fotossintetizantes (perifíton, fitoplâncton, macrófitas), por serem produtores primários. Este trabalho objetivou conhecer parte do funcionamento do ecossistema de naufrágio, através da hidrologia e quantificação da biomassa do perifíton presente no Vapor Pirapama (8º 003,380’ S; 34º 46,970’ W), naufragado a 23m de profundidade, na plataforma continental de Pernambuco, Brasil. Foram realizadas 20 excursões, utilizando-se Self Contained Underwater Apparatus (SCUBA), entre os meses de março de 2004 e março de 2005, nas quais foram feitas coletas de água para determinação dos parâmetros abióticos, retiradas amostras do substrato colonizado do navio para a análise de clorofila a e realizadas fotografias do perifíton, de macrófitas e do ambiente. Os parâmetros hidrológicos como temperatura, salinidade, pH, transparência, oxigênio dissolvido e nutrientes resultaram em valores típicos de águas marinhas costeiras. Nos estudos quantitativos, a clorofila a variou entre 0,904mg.cm⁻² (bombordo interna) e 0,012mg.cm⁻² (boreste interna). Os menores valores de biomassa perifítica coincidiram com os menores valores de transparência no período chuvoso, comprovando que o intensificado aporte fluvial do rio Capibaribe alcança o Vapor Pirapama e influencia sazonalmente a qualidade da água circundante. O aumento da quantidade de clorofila a perifítica está relacionado não só com a concentração de nutrientes dissolvidos e pela própria ciclagem dentro do ecossistema, mas principalmente com o aumento da transparência. A concentração média de biomassa perifítica manteve-se sem diferenças sazonais e espaciais significativas, comprovando a capacidade de adaptação do perifíton. O equilíbrio entre os fatores climáticos, hidrológicos e os processos biológicos mantém o ecossistema do Vapor Pirapama, onde o perifíton se destaca por estar tão intimamente relacionado ao substrato, por sua auto-sustentabilidade, sua estabilidade e por ser um dos primeiros elos tróficos promovedores da sobrevivência do ecossistema. Para um maior conhecimento do ecossistema, o macrofitobentos foi identificado, revelando 30 táxons de macroalgas (06 Clorophyceae, 06 Heterokontophyta, 18 Rodophyta), além de algas calcárias não-articuladas. Este trabalho é o primeiro esforço em Pernambuco sobre perifíton de embarcações naufragadas e macroalgas do Vapor Pirapama, usando mergulho científico, de forma a contribuir para o conhecimento da flora de profundidade. |