Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
SANTOS, Douglas Henrique Cavalcanti dos |
Orientador(a): |
PASSAVANTE, José Zanon de Oliveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12169
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Resumo: |
Em maio de 2006, três embarcações do tipo rebocadores (Mercurius, Saveiros e Taurus) foram afundadas, na plataforma continental de Pernambuco, num projeto intitulado Parque dos Naufrágios Artificiais de Pernambuco (PNAPE) e que envolveu as Universidades Federal de Pernambuco (UFPE), Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e Universidade de Pernambuco (UPE), com o propósito de acompanhar o processo de colonização e sucessão ecológica nesses ambientes. Os naufrágios Mercurius e Saveiros, ambos medindo 29 m de comprimento, estão localizados a uma distância de 14,5 km e 13,5 km, respectivamente, do porto do Recife, na isóbata de 30 m de profundidade, e distam entre si aproximadamente 800 m. Nesse contexto, com o objetivo de estudar a comunidade fitoplanctônica nas adjacências desses recifes artificiais e verificar suas interrelações com os fatores abióticos, foi elaborada uma metodologia para coleta dos organismos planctônicos, na qual um mergulhador, utilizando equipamento SCUBA, realizou arrastos com rede de plâncton de 1 m de comprimento, 0,30m de diâmetro de boca 20 μm de abertura de malha, ao redor dos naufrágios e o mesmo procedimento a 50 m das estruturas a montante da corrente, ambos com duração de 3 minutos. Amostras de águas também foram coletadas com auxílio de uma garrafa de Nansen, para análise da biomassa fitoplanctônica (clorofila a), densidade (fito total) e variáveis hidrológicas (nitrito, nitrato, fosfato, silicato, pH, salinidade, oxigênio dissolvido). Foram ainda aferidos in situ a temperatura e transparência da água e direção das correntes. Quanto aos resultados, a direção da corrente predominou no sentido N-NO, a transparência da água variou de 11 a 27 m, o material em suspensão de 1,73 mg.L-1 a 12,80 mg.L-1; o valor médio da temperatura da água foi de 28,2oC na superfície e 27oC no ponto naufrágio; a salinidade apresentou uma média geral de 36,1 na superfície e 36,36 no naufrágio; a concentração de oxigênio dissolvido na água registrou uma média de 4,83 ml.L-1, no naufrágio Mercurius, e de 4,85 ml.L-1, no Saveiros; a média do pH para o período de estudo foi de 8,34, variando de 7,33 a 8,71; em relação aos sais nutrientes, o nitrito variou desde valores indetectáveis a 0,07 μM, o nitrato foi de valores indetectáveis a 1,99 μM, o fosfato variou de valores indetectáveis até 0,92 μM e a concentração de silicato foi de valores indetectáveis até 24,18 μM. Com relação à biomassa fitoplanctônica, a clorofila a registrou um mínimo de 0,47 mg.m-3 e um máximo de 5,39 mg.m-3, com uma média geral para o primeiro ano de afundamento de 1,59 mg.m-3 e de 2,03 mg.m-3 para o segundo ano. A estrutura da comunidade fitoplanctônica esteve representada por 93 táxons, desse total, a divisão Ochrophyta contribuiu com 57%, Dinoflagellata 34%, Cyanobacteria com 5%, Chlorophyta com 3% e Euglenozoa com 1% – sobressaindo os táxons Chaetoceros sp., Rhizoclonium sp., Oscillatoria sp. Thichodesmium thiebautii e Asterionellopsis glacialis. De acordo com a classificação ecológica, as espécies identificadas foram enquadraram em marinhas planctônicas oceânicas (59%); marinhas planctônicas neríticas (23%), ticoplanctônicas neríticas (16%) e estuarina 1%. A diversidade foi considerada muito alta na maioria das amostras (89%) e a equitabilidade esteve acima de 0,5 em 85% das amostras. Quanto à densidade fitoplanctônica os valores variaram de 4.000 Cél.L-1 a 205.000 Cél.L-1. A partir dos resultados e das observações in situ, comprovou-se que a criação dos recifes artificiais, na plataforma continental de Pernambuco, quando não influencia diretamente no incremento quali-quantitativo da comunidade fitoplanctônica, permite que uma série de processos ocorram (alteração da direção da corrente, formação de onda estacionária – “ressurgência local” –, revolvimento do fundo, aumento da atividade biológica, excreção animal/vegetal) que vão, consequentemente, proporcionar um cenário ideal para o florescimento das microalgas no local dos naufrágios. |