Conservação urbana face aos valores patrimoniais : a instrumentalização do patrimônio na gestão do Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti, Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: CUNHA, Paulo José de Albuquerque Marques da
Orientador(a): LAPA, Tomás de Albuquerque
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento Urbano
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41436
Resumo: Nas últimas décadas, a Conservação Integrada assumiu um papel de destaque na política urbana das cidades cujos bens patrimoniais são objetos de disputa pela sua apropriação e exploração. Mundialmente, vivenciou-se um debate considerável acerca da gestão do patrimônio, baseada em valores, envolvendo teóricos, profissionais, gestores públicos e comunidades. No Brasil, ainda que se possa falar em um campo acadêmico estruturado e atuante no debate e na formação de técnicos, as práticas de conservação têm buscado equilibrar políticas de desenvolvimento e de proteção aos bens patrimoniais, necessitando ainda integrar-se à reflexão acadêmica. De alguma maneira, seja ela planejada ou inconsciente, os valores têm subsidiado as decisões de gestão, induzindo as abordagens e sendo determinantes para o êxito dos planos e projetos de intervenção. Para refletir sobre essa realidade, a presente tese adota o Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti-PMAHC como objeto de estudo, no qual alguns conflitos entre os envolvidos, emergem como obstáculos à boa gestão do lugar. Ao primeiro olhar, a conservação do PMAHC tem enfatizado valores mais comprometidos com os objetivos da instituição responsável pela sua gestão do que com a conservação do Parque. Para refletir sobre essa questão, a pesquisa analisou o processo de tombamento do Parque e os planos e projetos elaborados desde a sua criação, com vistas a identificar os valores que deram suporte às propostas. Além disso, analisou a estrutura administrativa para Gestão do Parque, com vistas a compreender os processos decisórios. Por fim, por meio de entrevistas com alguns atores, buscou outras formas de considerar a questão que pudessem complementar as constatações preliminares. Os resultados demonstraram que, além do contexto sociocultural e urbano, a missão das instituições que cada sujeito representa influencia fortemente a formulação dos planos de conservação, moldando-os conforme seus objetivos. Por mais que os valores tenham sido incorporados nas estruturas de gestão, o papel determinante dos valores institucionais demonstra que o debate acerca das formas como os valores são racionalizados, estruturando políticas públicas e subsidiando as gestões, ainda necessita ser aprofundado.