Caracterização farmacognóstica de Capraria biflora L. e estudo biológico e físico-químico de seus metabotólitos secundários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Mendonça de Aquino, Thiago
Orientador(a): Lúcia Cavalcanti de Amorim, Elba
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3421
Resumo: Capraria biflora L. é uma espécie pertencente à família Scrophulariaceae, originária das Antilhas e América do Sul, sendo amplamente distribuída no continente americano. Dentre os usos populares, C. biflora L. pode ser utilizada contra dores no estômago, febres, gonorréia, como diurética, calmante e para o tratamento de problemas urinários. Dentre os constituintes químicos, pode-se isolar a biflorina, iridóides glicosídeos e sesquiterpenos. Os objetivos deste trabalho foram: realizar a padronização farmacognóstica da espécie; realizar a caracterização térmica e estudo cinético de degradação térmica da biflorina; validar um método de doseamento da biflorina em HPLC; e verificar o efeito do extrato hidroalcoólico das folhas e da biflorina em processos de marcação com tecnécio-99m. A padronização botânica foi realizada segundo os procedimentos usuais, envolvendo o estudo histológico e histoquímico de raízes, caule e folhas. A partir do isolamento da biflorina do extrato bruto das raízes, procedeu-se a sua caracterização térmica, por análise das curvas TG e DSC, bem como foi realizado estudo cinético utilizando-se curvas TG, pelos métodos isotérmico e não-isotérmico. A validação do método de doseamento da biflorina foi realizado de acordo com as especificações da Internacional Conference of Harmonization, através da avaliação dos parâmetros linearidade, exatidão, precisão, e limites de detecção e quantificação. Para os ensaios de radiomarcação, avaliou-se o efeito da biflorina na marcação in vitro de elementos sanguíneos com Tc-99m, bem como o efeito do extrato hidroalcoólico das folhas de C. biflora L. na marcação in vitro e in vivo de elementos sanguíneos com Tc-99m, na biodistribuição do radiofármaco, e na fragilidade osmótica e morfologia de hemácias marcadas com o radiofármaco. A caracterização farmacobotânica evidenciou características que foram consideradas importantes para o diagnóstico da espécie, tais como a presença de conspícuas células pétreas no caule e cutícula estriada nas folhas. Na caracterização térmica da biflorina, a curva TG revelou a presença de três estágios de decomposição, e a curva DSC apresentou cinco picos referentes à fases de transição. No estudo de degradação, em ambos os métodos, foi observado uma cinética de ordem zero, bem como determinou-se para cada método os parâmetros ordem da reação, energia cinética envolvida e fator de freqüência. O método de doseamento proposto apresentou curto tempo de análise, uma linearidade satisfatória, exatidão próxima a 100% e coeficientes de variação menores que 6%. Os estudos in vitro comprovaram que a biflorina reduz a percentagem de radioatividade em células sanguíneas e proteínas plasmáticas, e a maior concentração utilizada não alterou a radioatividade em linfócitos. Foi observado que o extrato das folhas alterou in vitro a percentagem de radioatividade nas células sanguíneas e proteínas plasmáticas; in vivo alterou apenas as proteínas celulares; promoveu alterações morfológicas nas células sanguíneas incubadas in vitro e in vivo; e sua maior concentração utilizada não alterou a biodistribuição do Tc-99m e a radiomarcação em linfócitos. Os resultados obtidos neste trabalho com C. biflora L. serão de grande importância na padronização de futuras formas farmacêuticas contendo extratos ou princípios ativos isolados desta planta