A produção escrita de textos argumentativos: reflexões sobre a prática docente e aprendizagem dos alunos
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Educacao |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/19525 |
Resumo: | Este estudo teve por finalidade analisar práticas de ensino de produção de textos argumentativos escritos e verificar as possíveis relações entre essas práticas e as estratégias argumentativas mobilizadas pelos alunos. Nesse sentido, buscou identificar as concepções de língua, texto e argumentação que fundamentavam a prática de professores de português; analisar as situações didáticas em que eram propostas as produções de texto e analisar as produções dos alunos, verificando as estratégias argumentativas mobilizadas por eles. Para tanto, desenvolvemos uma pesquisa de campo com duas professoras que atuavam em duas diferentes escolas da rede pública estadual do município de Camaragibe (PE) em turmas de 3º ano do ensino médio regular. Da mesma forma, analisamos os textos produzidos pelos estudantes dessas turmas. Nossos instrumentos de coleta de dados foram a entrevista semiestruturada, a observação participante e a análise documental. No nosso referencial teórico, apoiamo-nos na concepção de língua como prática sócio-histórica (BAKHTIN, 2010); de texto como unidade linguística sociocomunicativa e produto da atividade verbal (MARCUSCHI, 2009; VAL, 2006; BRONCKART, 2007, MAINGUENEAU, 2005); de gêneros textuais como produtos da atividade de linguagem em funcionamento (BAZERMAN, 2011; MARCUSCHI, 2009; SUASSUNA, 2004). De igual modo, adotamos os conceitos de argumentação como ação de linguagem que possibilita aos sujeitos maior inserção social, tendo por base as considerações de Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005), Gregolin (1993), Breton (2003). Ainda nos respaldamos em Suassuna (2008, 2009), Geraldi (2004, 2009), Pécora (2002), Leal e Morais (2006) e Antunes (2003) para lidarmos com questões que envolviam as situações didáticas de produção de texto e as novas perspectivas metodológicas para o ensino de língua portuguesa. No que se refere aos aspectos metodológicos, fizemos uma abordagem qualitativa e etnográfica com base nas considerações de André (2008) e Lopes (2006). Para a análise dos dados, valemo-nos do paradigma indiciário (GINZBURG apud SUASSUNA, 2004, 2008a). Em linhas gerais, os resultados indicaram que: (1) o texto tem ocupado um lugar de destaque nas aulas de português, mas a sua inserção tem sido equivocada; (2) alguns professores se apropriaram do discurso sobre um sistemático trabalho com gêneros textuais com vistas ao desenvolvimento de habilidades linguísticas e discursivas dos alunos, mas não têm conseguido efetivar uma prática diferenciada, de modo a atender à nova proposta para o ensino de língua portuguesa; (3) as situações de produção de texto argumentativo distanciam-se das finalidades propostas no currículo para o ensino-aprendizagem desse gênero, de forma a não favorecer significativamente o desenvolvimento das habilidades argumentativas escritas dos alunos; (4) situações artificiais de produção de texto conduzem a produções igualmente artificiais; (5) em virtude da ausência de reflexão sobre os aspectos linguístico-discursivos implicados nos textos, os alunos desconheciam as especificidades dos gêneros que lhes foram solicitados a escrever; (6) diferentes sujeitos expostos às mesmas condições de produção escolar de texto se constituem quase que em sujeitos semelhantes na elaboração de seus textos: atendem ao discurso da escola, ainda que semanticamente as suas produções possam ser consideradas como vazias de sentidos. |