Associação do uso de opioides com morbidade e redução na frequência de células imunológicas em idosos com câncer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: MELO, Hugo Moura de Albuquerque
Orientador(a): LIMA FILHO, José Luiz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Aplicada a Saude
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38450
Resumo: O envelhecimento traz consigo o aumento na incidência de doenças crônico degenerativas, como o câncer. Neste contexto, há preocupação com o controle de sintomas e uso de medicações, como os opioides, analgésicos para dores moderadas a fortes. Além do controle álgico, essa classe de medicamentos exerce outros efeitos no organismo como a imunossupressão. Assim, pretende-se neste estudo analisar a associação entre o uso de opioides, ocorrência de óbito e frequência de células do sistema imunológico (CD3+, CD4+, CD8+) em idosos com câncer, em comparação aos grupos estudados de não expostos às drogas. Trata-se de uma coorte prospectiva, em duas partes: uma primeira analisa a associação entre uso de opioide e o desfecho morte e, na segunda, a associação entre a modulação imunológica provável dos opioides ao grupo idoso com câncer, em comparação a grupos de idosos com câncer não expostos a opioides e outros dois grupos, de idosos e jovens não multimórbidos e sem exposição a opioides. Nos resultados da primeira análise foi identificada uma associação significativa entre o uso de opioides e morte entre os pacientes do grupo estudado. Na segunda análise, que avaliou a frequência de linfócitos, foi verificado que o grupo de idosos com câncer em uso de opioides apresentou diferença estatística com o grupo jovem saudável (p = 0,008), em relação à frequência de CD3+. A frequência de linfócitos CD4+ estava diminuída de forma significante ao comparar idosos com câncer em tratamento com opioides com jovens e com idosos saudáveis (p = 0,004 e p = 0,005, respectivamente). Na análise com CD8+ não houve resultado relevante. Reconhecendo os desfechos negativos do uso crônico de opioides, relacionados com a imunidade e morbidade, faz-se mister orientar a prescrição segura e uso bem indicado dessa classe de medicação, sem perder de vista a importância e os inquestionáveis efeitos benéficos da morfina e seus derivados.