Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
MEDEIROS JÚNIOR, Edson José Barros de |
Orientador(a): |
VILLELA, Débora Wanderley |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55474
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Resumo: |
A dor persistente é aquela de natureza complexa e curso clínico particular que se perpetua por um período superior a três meses. Altamente incapacitante, ela acarreta a redução da produtividade e salários. Ademais, a dor persistente se configura como um dos maiores motivos de procura aos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS). Apesar do impacto representado, os profissionais que atuam na APS nem sempre realizam práticas adequadas para o manejo da dor. Além disso, aspectos emocionais e cognitivos desses profissionais, tais como percepções, crenças e atitudes disfuncionais sobre dor e catastrofização, podem interferir na abordagem ao usuário e prejudicar a condução do tratamento da dor persistente. Diante do exposto, a presente dissertação teve dois objetivos: 1. Observar a relação entre a percepção e a prática dos profissionais de saúde que atuam na APS do Município do Paulista com a forma de manejo do usuário com dor persistente; 2. Identificar os principais fatores que influenciam o grau da catastrofização em profissionais atuantes no manejo da dor persistente na APS do Município do Paulista. Para isso, foi realizado um estudo transversal quali- quantitativo, no período de outubro de 2022 a outubro de 2023, com profissionais de saúde de nível superior atuantes na APS no Município do Paulista. A coleta de dados do estudo qualitativo se deu mediante entrevista na qual os participantes falaram livremente sobre suas experiências no manejo da dor e sobre as influências das crenças e do conhecimento sobre dor no cuidado de usuários da APS. As respostas obtidas foram gravadas e as falas transcritas e analisadas através da Classificação Hierárquica Descendente e Análise de Similitude por meio do software IRAMUTEQ. A análise das falas gerou cinco classes de palavras segundo o arcabouço teórico da dor e a percepção dos profissionais da APS. Para o estudo quantitativo, os profissionais foram avaliados quanto ao nível de conhecimento sobre dor (Questionário de Neurofisiologia da Dor – QND), as crenças e atitudes sobre dor (Inventário de Atitudes Frente à Dor – Profissionais – IAD-profissionais) e a presença de catastrofização (Pain Catastrophizing Scale – B-PCS), além de um formulário para caracterização da amostra. Os dados foram analisados por meio de uma regressão linear simples. O estudo qualitativo incluiu 60 profissionais (78,3% mulheres), cuja média de idade foi de 37,72±9,18 anos. Os profissionais da APS tentam ser resolutivos, mesmo diante da descontinuidade das ações e serviços. As crenças e atitudes parecem influenciar no manejo da dor persistente. A amostra do estudo quantitativo incluiu 99 profissionais (76,8% mulheres), com média de idade de 37,04±8,64 anos. A análise resultou em um modelo estatisticamente significativo [(p=0,01; R2=0,16)], no qual o grau da catastrofização foi influenciada pela categoria profissional e pelo domínio solicitude do IAD-Profissional. A categoria profissional de enfermagem apresentou uma maior chance de impactar o escore de catastrofização (B=6,9; t=2,01; p=0,04). Os resultados da presente dissertação apontam que a percepção e as práticas dos profissionais da APS avaliados podem influenciar o manejo da dor persistente. Além disso a ocupação e crença no cuidar do outro com dor interferem em aspectos que repercutem no manejo da dor persistente dos usuários atendidos. |