Por uma bioética da responsabilidade: fundamentos de uma filosofia prática a partir de Hans Jonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Oliveira Fonsêca, Flaviano
Orientador(a): Luiz Pelizzoli, Marcelo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6006
Resumo: A investigação tem como objeto encontrar as condições de possibilidade para a fundamentação da bioética da responsabilidade. A ação humana impulsionada pelas novas tecnologias tem modificado substancialmente o ser humano e o meio natural. Isso implicou um repensar os princípios éticos que, até então, nortearam o agir humano. A ética tradicional de caráter privado e dirigida ao agir próximo estava voltada para o comportamento dos indivíduos a fim de que se tornassem homens justos na sociedade. O poder ilimitado do homem moderno se constituiu em ameaça à alteridade e à continuidade da vida, o que induziu uma preocupação para com os seres não-humanos e ainda-não-existentes. A bioética da responsabilidade, como se argumenta, propõe que tal poder seja limitado por meio de freios voluntários, sintetizados no seguinte imperativo: Age de tal maneira que os efeitos de tua ação não comprometam ou coloquem em risco a possibilidade de continuidade da vida futura . Consideramos que os excessos tecnológicos, nas mãos de governantes, organizações ou pessoas inescrupulosas podem causar efeitos irreversíveis à humanidade e à vida natural, e isso nos faz medrar. Ao engendrar a heurística do temor, a bioética da responsabilidade quer buscar fundamentos teóricos e apontar para práticas sustentáveis capazes de salvaguardar a vida em sua essência, como hoje a concebemos. Quer também orientar os homens de poder a imporem limites às promessas utópicas da técnica, ao ideal prometeano, galileano e baconiano através de uma ação pragmática direcionada. E, assim, combater o niilismo e reconduzir a vida a um lugar de honra. Aqui, o dever que emana do poder/fazer é enunciado em termos ontológicos, já que a possibilidade do homem preferir o não-ser, em detrimento do ser, e aniquilar o imperativo da existência e a continuidade da vida no futuro é real. A bioética da responsabilidade, portanto, advoga a partir de fundamentos práticos para que a vida, em sua alteridade radical, continue existindo indefinidamente e, assim, o futuro pelo qual somos responsáveis seja o autêntico fim de nossa responsabilidade, que se nos impõe como princípio e sentimento