Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
LEITÃO, André Alexandre Padilha |
Orientador(a): |
LEAL, Maria Virgínia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6984
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Resumo: |
O presente trabalho tem como objetivo investigar as formas e funções da autoria na Internet, em particular nos sites de redes sociais. O que se pretende é analisar o funcionamento das práticas discursivas na Web 2.0 que evidenciam a ocorrência da autoria. O aporte teórico da pesquisa articula os conceitos da Análise do Discurso sobre autor/autoria propostos por Maigueneau (2010), Barthes (2004b), Foucault (1998) e das contribuições de Bakhtin (2003) a este campo de estudo objetivando encontrar os subsídios necessários para responder à pergunta: quais são as formas e funções da autoria na Internet? Embora com focos diferenciados, esses teóricos parecem apontar para a necessidade de reconhecimento do outro nos discursos produzidos para a ocorrência da autoria. Um reconhecimento advindo das ilusões discursivas do sujeito (PÊCHEUX, 1975) e também da interdiscursividade (MAINGUENEAU, 2008), fenômeno característico e constitutivo da linguagem. Em função da heterogeneidade do ambiente discursivo eleito para a pesquisa, postula-se que a Internet seja compreendida como uma Situação Retórica (BITZER, 1968), conceito advindo dos estudos da Nova Retórica. A partir dessa perspectiva teórica, os três constituintes de qualquer Situação Retórica audiência, exigência e restrições são reinterpretados e postos em relação com os estudos sobre Comunidades Virtuais (RHEINGOLD, 2007; CASTELLS, 2003; LÈVY, 2003) a fim de que a audiência da Internet pudesse ser entendida como uma Comunidade Discursiva (SWALES, 2002), responsável pela elevação dos seus participantes à condição de autor ao mesmo tempo em que desempenha a função de coautor. No que se refere à exigência, a caracterização da Internet como participativa e colaborativa representa um papel central para a ocorrência da autoria. A Web 2.0 (O'REILLY, 2004 e 2006), por viabilizar uma participação mais democrática dos usuários em relação à produção de conteúdos, permite aos sujeitos se engajarem em práticas discursivas multimodais que refletem a forma multitarefa da autoria na Internet como também atenderem às exigências dos sites de redes sociais. No tocante às restrições, são os atuais estudos sobre Letramento (KLEIMAN, 1995; SOARES, 2006; THE NEW LONDON GROUP, 2009; KNOBEL e LANKSHEAR, 2007) que indicam a necessidade de uma nova definição para o Letramento Digital. Essa nova definição considera a remixagem (LESSIG, 2004a, 2004b), a digitalidade e a nova natureza do ethos (LANKESHEAR e KNOBEL, 2006), elementos essenciais para o seu desenvolvimento. Nesse sentido, pensa-se o Letramento Digital como uma das restrições para a ocorrência da autoria Internet, sendo a outra relativa aos Gêneros Digitais, compreendidos a partir da concepção sócio-retórica dos estudos de gêneros (MILLER, 1984; BAZERMAN, 2005, 2006, 2007; SWALES, 2002). Essa concepção enxerga os gêneros como formas de ação social que são recorrentes e tipificadas, evidenciando, assim, tanto a multimodalidade quanto a intertextualidade e a interdiscursividade presentes nos gêneros digitais através dos hiperlinks, imagens, áudio e vídeo, resultantes da prática da remixagem. Dessa forma, a hipótese proposta é a de que a autoria na Internet é uma prática discursiva multitarefa, multimodal, intertextual e interdiscursiva cuja função primária, mas não exclusiva, é atender às exigências determinadas pelos sites de redes sociais e seus sujeitos participantes |