Entre O Receio Da Memória E O Desejo Da Palavra: análise das obras O último vôo do flamingo e Um rio chamado tempo, uma casa chamada Terra, do escritor Mia Couto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Maia Guimarães, Flávia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7375
Resumo: O objetivo principal desta tese é analisar, em dois romances do autor moçambicano Mia Couto O último voo do flamingo (2005) e Um rio chamado tempo, uma casa chamada Terra (2003) as representações literárias de mudanças territoriais e identitárias experienciadas por sujeitos que permanecem em Moçambique e por aqueles que emigram e depois regressam para lá. Ao longo deste estudo, aspectos de ancoragem sociocultural e afetiva, em um contexto intersticial e póscolonial, são examinados através de recursos dos estudos literários comparativos da teoria póscolonial. A problematização desses fenômenos está baseada no pensamento de Homi Bhabha, Stuart Hall, Edward Said, Édouard Glissant, Michael Bakhtin, Octavio Paz, Gaston Bachelard and Paul Ricoeur, entre outros. Na Introdução, enfoques dos estudos culturais e do póscolonialismo são focalizados. No primeiro capítulo, a análise centrase na relação entre as línguas portuguesa e bantu. Em tal diversificado universo etnolinguístico, a justaposição de vozes na literatura africana escrita em português é discutida, mais especificamente, na obra de Mia Couto. No segundo capítulo, são problematizados os efeitos da colonização e da guerra no território moçambicano bem como sobre seus habitantes. Nesse sentido, o foco de análise se direciona aos deslocamentos dos sujeitos dentro de sua própria terra: a experiência do estranhamento, o exílio interior, impulsos de contrahabitação e errância. No último capítulo, são discutidas a rememoração e a recuperação de vozes silenciadas, que surgem como estratégias significativas tanto de resistência quanto de ancoragem sociocultural e afetiva, favorecendo para uma (re) construção identitária coletiva e/ou individual