Reprodução de esponjas de águas continentais como modelo para estudo de ecotoxicologia e distribuição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: LAURINDO, Ludimila Calheira
Orientador(a): PINHEIRO, Ulisses dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38430
Resumo: A maioria das esponjas de águas continentais se reproduz assexuadamente, por gêmulas, e sexuadamente, por larvas parenquimela. As gêmulas são estruturas que desempenham uma função dupla, servindo tanto como dispositivos de dispersão quanto como corpos de resistência. Até o momento, apenas os aspectos morfológicos das gêmulas foram considerados para entender o padrão de distribuição das espécies. Ainda não foi testado se a capacidade de eclosão da gêmula pode influenciar na distribuição das esponjas. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo investigar o desenvolvimento das esponjas a partir das gêmulas. No capítulo 1, é apresentada a descrição dos estágios de desenvolvimento de duas espécies de esponjas de águas continentais, Heteromeyenia cristalina e Radiospongilla inesi, com base em características fenotípicas. Os resultados mostraram diferenças nos estágios de desenvolvimento entre as espécies estudadas, sugerindo que tal processo é espécie-específico. Além disso, ao comparar o desenvolvimento dessas esponjas com espécies da região temperada, foram verificadas diferenças no tempo dos estágios, sendo que as espécies tropicais se desenvolvem mais rapidamente que as temperadas. No capítulo 2, foi testado o efeito de alguns metais pesados (cobre, cádmio e mercúrio), na eclosão das gêmulas e no início do desenvolvimento de Radiospongilla inesi. Como resultado, foi verificado que todos os metais pesados testados afetaram o desenvolvimento de R. inesi. No capítulo 3, é apresentado o primeiro registro do desenvolvimento sexuado e de larvas parenquimela para Radiospongilla inesi. Também foi observado que a espécie se reproduzia assexuadamente (produção de gêmulas) e sexuadamente (embriões e larvas) ao mesmo tempo. No capítulo 4, foi comparada a capacidade de eclosão das gêmulas de duas esponjas, Radiospongilla inesi (amplamente distribuídas na região neotropical), e Spongilla alba (conhecido apenas em ambientes mesohalinos), para testar se suas distribuições estão relacionadas à capacidade de eclosão das gêmulas em diferentes ambientes. Os resultados sugerem que as gêmulas das duas espécies têm distintas plasticidade adaptativa para lidar com diferentes tipos de águas continentais. Por fim, no capítulo 5, foi testada em diferentes tipos de águas continentais a capacidade de eclosão de quatro espécies com diferentes morfologia gemular. Como resultados, foi observado que as gêmulas das espécies estudadas apresentaram diferença na taxa de eclosão e, aparentemente, a distribuição dessas espécies está mais relacionada com a capacidade de eclosão e colonização de novos ambientes do que com a morfologia da gêmula.