Associação entre fatores socioeconômicos, maternos e biológicos com o excesso de peso em menores de cinco anos de uma região semiárida do nordeste brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: de Arruda Moreira, Marcella
Orientador(a): Israel Cabral de Lira, Pedro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8164
Resumo: O estado de Alagoas é o que apresenta os piores indicadores econômicos e sociais, quando comparado aos demais estados brasileiros. Sua região semiárida sem dúvida é uma região de maior vulnerabilidade, onde os problemas inerentes ao estado são agravados. Apesar das condições adversas, a prevalência de desnutrição infantil diminuiu na região, ao passo que houve um aumento nos casos de obesidade. O aumento na prevalência do excesso de peso infantil é preocupante devido ao risco elevado que essas crianças têm de tornarem-se adultos obesos, além de várias condições mórbidas associadas à obesidade e suas consequências em termos de saúde e qualidade de vida, tanto em curto como em longo prazo. Estudos têm buscado identificar entre as variáveis econômicas, sociais, ambientais e biológicas os fatores associados à ocorrência do excesso de peso, possibilitando desta maneira, delinear o ambiente em que a criança vive. O presente estudo é apresentando sob a forma de artigo original com objetivo de avaliar a associação entre o excesso de peso e fatores socioeconômicos, maternos e biológicos em menores de cinco anos em uma região semiárida do nordeste brasileiro. Estudo do tipo transversal analítico. A amostra foi composta por 963 crianças de ambos os sexos com idade média de 27,7 meses (DP ± 17,3). O excesso de peso nas crianças foi definido com base no índice peso/estatura ³ 1 escore z e de suas mães, o Índice de Massa Corporal (IMC) ³ 25 kg/m2 e Circunferência da Cintura (CC) ³ 80 cm. A prevalência do excesso de peso nas crianças foi de 28,5% (275) e mostrou estar diretamente associado a CC elevada na mãe (RP=1,31; IC95% 1,06-1,61) e inversamente ao sobrepeso da mãe (RP= 0,75; IC95% 0,61-0,93). Verificou-se que não houve associação significativa entre o excesso de peso e as variáveis como escolaridade, renda familiar bruta, procedência, fumo durante a gestação, prematuridade e peso ao nascer. Foi evidenciado o efeito protetor do aleitamento materno no período ≥ 6 meses contra o excesso de peso entre crianças (RP = 1,53; IC95% 1,22-1,91), enquanto a duração do aleitamento materno exclusivo não obteve diferença estatística (p= 0,97). Pode-se concluir que os menores de cinco anos da região semiárida de Alagoas estão expostos ao fenômeno de transição nutricional e a promoção da alimentação saudável deve ser uma estratégia prioritária para a prevenção do excesso de peso em crianças