Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
SOUZA, Maria de Fátima Deodato de |
Orientador(a): |
RÊGO, Moacyr Jesus Barreto de Melo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49541
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Resumo: |
O câncer gástrico (CG) é uma das malignidades mais comuns do trato gastrointestinal, com sobrevida desfavorável nos estágios mais avançados. Na prática clínica, os marcadores tumorais séricos utilizados não apresentam parâmetros de acurácia suficientes para serem totalmente confiáveis. As galectinas são proteínas com afinidade aos β-galactosídeos que desempenham papéis importantes no processo carcinogênico. Por conseguinte, emergem como moléculas promissoras para novos marcadores biológicos. A partir dessa premissa, o presente estudo objetivou quantificar os níveis circulantes de galectina-1, galectina-4 e galectina-9 para distinguir pacientes com câncer gástrico de indivíduos saudáveis, e avaliar sua possível associação aos parâmetros clínico-patológicos. Os pacientes foram recrutados do serviço de oncologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Sociedade Pernambucana de Combate ao Câncer (SPCC). Um total de 69 pacientes com diagnóstico de adenocarcinoma gástrico e 67 indivíduos saudáveis foram incluídos no estudo. Os níveis circulantes dessas galectinas foram determinados por ELISA, e os dados da expressão do mRNA dos genes LGALS1 e LGALS9 foram extraídos da plataforma cBioPortal for Cancer Genomics. A expressão tecidual de galectina-4 foi avaliada por imuno-histoquímica. As análises estatísticas foram realizadas pelo teste de Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, Pearson e teste exato de Fisher; p< 0,05 foi considerado significativo. As características operacionais do receptor (ROC), sensibilidade, especificidade e razão de verossimilhança (LR) foram avaliadas utilizando o software GraphPad Prisma. Os níveis circulantes de galectina-1, -4 e -9 foram maiores nos pacientes com adenocarcinoma gástrico comparado aos indivíduos saudáveis. O ponto de corte dos níveis circulantes de galectina-1 para distinguir pacientes com adenocarcinoma gástrico de indivíduos saudáveis foi de 22935 pg/ml (sensibilidade 61,90%, especificidade 96,08%, LR: 15,79) (AUC: 0,9153, p < 0,0001). Os níveis circulantes de galectina-1 foram associados a invasão angiolinfática (p = 0,0496). Já o ponto de corte de galectina-4 para distinguir pacientes dos indivíduos saudáveis foi de 572,3 pg/ml (sensibilidade 98,55%, especificidade 84,62%, LR: 6,406) (AUC: 0,9632, p <0,0001). Adicionalmente, as análises por imuno-histoquímica revelaram que 19 (76%) das amostras foram positivas e 6 (24%) negativas para galectina-4. A imunomarcação foi frequentemente observada em células do microambiente tumoral. O ponto de corte de galectina-9 para distinguir os grupos avaliados foi de 5517 pg/ml (sensibilidade 80,60%, especificidade 97,01%, LR: 27,00) (AUC: 0,9414, p <0,0001). Os níveis circulantes de galectina-9 foram associados ao sexo (p = 0,0033), idade (p = 0,0158), grau histológico (p = 0,0013) e a estratégia cirúrgica (p = 0,0497). Além disso, os níveis de Gal-9 apresentaram uma correlação moderada com o número absoluto de neutrófilos desses pacientes (r = 0,4228; p = 0,0053). De maneira inédita, nossos dados apresentam parâmetros de acurácia capazes de distinguir pacientes com adenocarcinoma gástrico de indivíduos saudáveis. Dessa forma, essas moléculas surgem como potenciais marcadores biológicos. |