Interiorização da Universidade Federal de Pernambuco e suas implicações para as condições de trabalho docente: um estudo do Centro Acadêmico do Agreste (CAA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SILVA, Tatianne Amanda Bezerra da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29692
Resumo: O presente estudo se situa no campo de pesquisa acerca da Política Educacional. Dentro desse campo de estudos, nos propomos a examinar como o processo de reestruturação do ensino superior brasileiro vem ressoando no ethos universitário e na configuração de seu trabalho docente. De modo mais particular, objetivamos desvelar o modelo de interiorização da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e suas implicações para o trabalho docente. Como campo empírico de nossa pesquisa, estabelecemos o Centro Acadêmico do Agreste (CAA). O referido centro conta com 12 anos de existência e é o primeiro campus da UFPE no interior de Pernambuco, fruto da adesão da universidade ao Projeto Expandir. O Projeto Expandir faz parte do primeiro ciclo de expansão e interiorização das universidades federais o governo Lula da Silva, estendido entre 2003 e 2006, sintetizado no slogan “Universidade, expandir até ficar do tamanho do Brasil”. O CAA trata-se, deste modo, de um caso exemplar para nossa pesquisa. Para o movimento de criação de nosso objeto, fizemos uso do referencial epistemológico marxista. Como caminho metodológico, foi empregada abordagem qualitativa, ampla revisão de literatura e análise de documentos e publicações sobre o assunto. Utilizamos de documentos da UFPE, assim como documentos do Ministério da Educação (MEC) e do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). No que se refere à análise de dados, fizemos uso do caminho metodológico da hermenêutica dialética. A partir do levantamento documental e bibliográfico realizado, pudemos verificar que o modelo de interiorização adotado pela Universidade Federal de Pernambuco se apresenta em consonância com o padrão de acumulação capitalista. Os dados trabalhados na pesquisa indicam para a adoção de um modelo de gestão enxuto na instituição, baseado no padrão toyotista de organização do trabalho. Vêm sendo gradualmente adotadas formas contemporâneas de gestão na universidade, seja no que se refere aos modelos avaliativos baseados em indicadores de desempenho e alta performance institucional, seja adotando formas de contratação flexíveis e/ou reduzindo gradualmente seu corpo profissional. No que tange ao campus interiorizado do Agreste, os indicadores assinalam para uma realidade ainda mais difícil, com números visivelmente mais críticos do que as demais unidades acadêmicas da UFPE. Verificamos no CAA a protuberância do modelo enxuto de gestão e organização do trabalho. O campus de Caruaru conforma-se como uma unidade enxuta e precária, com números proporcionalmente baixos de técnicos-administrativos e de professores por alunos, por conseguinte, temos também a exaltação da lógica de intensificação e precarização do trabalho docente na instituição.