Estudo de contaminantes emergentes e meiofauna no rio Ipojuca no município de Caruaru

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: CARVALHO FILHO, José Adson Andrade de
Orientador(a): PAIVA, Anderson Luiz Ribeiro de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Engenharia Civil e Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33505
Resumo: O modelo de desenvolvimento da sociedade atual, tem sido impactante ao meio ambiente de uma forma geral e vem provocando sérios danos principalmente aos recursos hídricos. Dentre as indústrias que mais crescem no país, a indústria farmacêutica vem se destacando, sobretudo, pelo autoconsumo de medicamento da sociedade moderna. Essa contaminação resulta do descarte indevido e da excreção do composto que não são totalmente metabolizados pelo organismo. Por serem pouco estudados no âmbito ambiental, os fármacos vêm se tornando um dos contaminantes mais preocupantes no meio científico. Estudos vem sendo intensificados em relação à atenuação de poluentes nas matrizes aquáticas, principalmente em relação à autodepuração dos recursos hídricos. A partir daí surgiram estudos sobre a zona hiporreica, considerada como um ecótono de transição entre as águas superficiais e subterrâneas, onde nessa transição ocorrem processos biogeoquímicos com capacidade de atenuação de poluentes. Esta pesquisa teve como objetivo realizar um estudo sobre a presença de fármacos em um trecho médio do rio Ipojuca, bem como a caracterização da zona hiporreica do trecho estudado, para dois pontos (P1 e P2). Foi realizado monitoramento qualitativo através parâmetros físico-químicos e metais em amostras da água do rio Ipojuca, seguindo o Standard Methods (2005) e comparados com os padrões expostos na Resolução 357 do CONAMA (2005) para rios de classe II. Dos parâmetros analisados, foi observado que o cloreto, N amoniacal, fosfato total, ferro, manganês e alumínio apresentaram valores acima do valor máximo permitido pela resolução em ambos os pontos. O sulfato e o nitrito apresentaram médias acima do permitido pela resolução apenas no ponto P2. Também foram analisados a presença dos fármacos, paracetamol, diclofenaco, dipirona e ibuprofeno. Para a verificação e quantificação dessas substâncias foi utilizada a cromatografia líquida de alta eficiência - CLAE. Dos fármacos analisados, resíduos de diclofenaco foram detectados em 100% das amostras, apresentando níveis detectáveis, com concentração máxima de 10,256 mg•L-1. Foram realizados testes de correlação de Pearson entre as concentrações de diclofenaco e os parâmetros físicos turbidez, temperatura e precipitação. A turbidez apresentou uma correlação moderada para o P1 e P2 (r = 0,62; r = 0,55). A precipitação apresentou correlação fraca para o P1 e moderada para o P2 ( r = -0,58). A temperatura apresentou correlação fraca para ambos os pontos. A caracterização física da zona hiporreica foi realizada através de ensaios granulométricos, onde o material mais representativo foi classificado como silte, variando entre groso, médio e fino. A caracterização biológica foi realizada através de análises de quantificação e identificação da meiofauna bentônica e da estimativa de biomassa das microalgas que vivem aderidas aos sedimentos hiporreicos, o microfitobentos. Foram identificados um total de 678 indivíduos da meiofauna, distribuídos em quatro taxa mais representativos, rotífera (41%), nematódeo (40%), anelídeo (11%) e copepoda (5%). A análise de PERMANOVA apresentou diferenças significativas para os fatores período de coleta (p = 0,0009) e ponto (p = 0,0261). Não houve correlação significativa entre a estrutura da comunidade da meiofauna e a estrutura do sedimento hiporreico nem entre a meiofauna e os microfitobentos.