Concepções e práticas escolares de leitura: contribuições para a didática da língua portuguesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Renata Araújo Jatobá de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/4356
Resumo: Esta pesquisa teve origem em resultados recentes de programas de avaliação de rede escolar. Alguns dados por nós examinados evidenciam dificuldades em termos da compreensão leitora por parte dos alunos de 2ºano/2ºciclo do ensino fundamental no Brasil. Nesse panorama, uma escola do Recife ficou colocada entre as quatro melhores da Rede de Ensino do referido município, de acordo com os resultados da Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (ANRESC) 2005, empreendida pelo Ministério da Educação. Segundo essa mesma avaliação, no balanço nacional, a escola foi enquadrada na categoria média ou acima da média. Nosso objetivo, a partir daí, foi analisar o discurso e a prática de duas professoras desse nível de ensino da escola mencionada, buscando identificar alguns fatores determinantes do sucesso de seus alunos. Observamos doze aulas de Língua Portuguesa de cada uma dessas docentes. Os dados foram analisados segundo uma perspectiva metodológica qualitativo-indiciária (SUASSUNA, 2007; GINZBURG, 1998). Do ponto de vista teórico, adotamos a visão da língua como prática social, por considerarmos que a mesma se presta à análise de mediações e discursos produzidos nas aulas de leitura e interpretação de textos. Para compor nosso referencial teórico, valemonos tanto de autores que tratam do discurso propriamente dito (ORLANDI, 1987; PÊCHEUX, 1987 e 1988; BAKHTIN, 1997 e 2003), como daqueles que tratam das relações entre leitura e escola e defendem uma concepção ampliada do ato de ler como construção de sentido e prática transformadora (SILVA, 1999; GERALDI, 1995, 1996; FREIRE, 1982, 1996, 2005, 2006; KLEIMAN, 1995, 1998, 2004; AGUIAR, 2004; SOARES 1998, 2001; SMOLKA E GÓES, 1993; BRANDÃO E MICHELETTI, 2007; CAGLIARI, 1991). A análise dos dados na perspectiva do paradigma indiciário de pesquisa nos permitiu perceber que parece haver uma relação entre os desempenhos dos alunos e o modo como suas professoras concebem e praticam a leitura; concluímos também que a mediação pedagógica e o trabalho interpretativo encaminhado pelas docentes, na medida em que estão centrados na reflexão, favorecem o desenvolvimento da compreensão, da criticidade e da argumentação dos alunos, podendo ser esse um fator significativo para o sucesso da escola na avaliação institucional empreendida; por fim, percebemos que o trabalho conjunto desenvolvido pelos membros da escola, relacionado à escolha de gêneros textuais significativos para os projetos didático-pedagógicos, é também fundamental para a formação do leitor crítico/proficiente