A educação popular em saúde na comunidade do Morro da Conceição Recife-PE: memória de líderes comunitários como atores políticos na configuração da política de saúde (1980-1995)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: COSTA, Joene Maria Crespo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Educacao
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/20165
Resumo: A década de 1980 é marcada pela mobilização de setores progressista da sociedade que lutavam pela democracia negada pelo regime militar. No campo da saúde pública, a ausência de uma política de saúde universal desencadeou o Movimento de Reforma Sanitária e o Movimento Popular de Saúde, que eram contra práticas educativas em saúde autoritárias, buscando a hegemonia da Educação Popular em Saúde. Este estudo tem como objetivo compreender as práticas educativas em saúde na comunidade do Morro da Conceição no período de 1980 a 1995. Neste trabalho opta-se pela abordagem qualitativa, e como procedimento para a coleta de dados, utiliza-se a entrevista semiestruturada com nove líderes comunitários. A organização e o tratamento dos dados tem como base a Análise de Conteúdo de Bardin. A definição dos sujeitos colaboradores emerge de uma pesquisa exploratória, os quais demonstram grande envolvimento com o objeto da pesquisa. A dimensão empírica mostra que as práticas educativas em saúde foram dialógicas, baseadas no diálogo entre o saber popular e o saber científico. O diálogo entre os diversos atores – igreja, profissionais da saúde voluntários e líderes comunitários – levaram grande parte da comunidade a uma tomada de consciência acerca da necessidade de um engajamento político nas lutas da comunidade. A saúde era um instrumento de libertação dos sujeitos, e com a utilização das plantas medicinais, os moradores, ao mesmo tempo em que se libertavam do saber médico opressor, foram criadores de cultura, transformando a própria realidade. Os líderes da comunidade, como atores políticos, atuaram na configuração da política de saúde. Conclui-se que, apesar dos avanços obtidos pela Educação Popular em Saúde de 1980 até 1995, a partir desse período, houve a desmobilização do movimento popular de saúde em decorrência da cooptação de parte dos líderes pelo poder público. A institucionalização da participação comunitária, por meio do conselho municipal de saúde, também contribuiu para esvaziar o movimento popular.