Variabilidade espaço-temporal da pluviosidade da região metropolitana de Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SILVA, Eduardo Cabral da
Orientador(a): CABRAL, Joaquim da Silva Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Engenharia Civil
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32850
Resumo: A Região Metropolitana de Recife (RMR) é composta de 15 de municípios, com população estimada para 2017 de 4.044.948 habitantes, dos quais 97% vivem em áreas urbanas. Devido a sua localização geográfica a RMR recebe inúmeros sistemas meteorológicos de grande escala, responsáveis pelos altos totais pluviométricos anuais e por ocasionar os fenômenos de chuvas intensas. Aliado aos problemas inerentes a acelerada urbanização, a RMR tem 75% do seu território composto de morros, o que reflete em diversos problemas de enchentes e deslizamento de massa. A necessidade de uma nova organização do uso e ocupação do solo, assim como, de medidas estruturais e não estruturais na RMR é clara e evidente, no entanto, é necessário que existam estudos que apontem os caminhos para o planejamento e as tomadas de decisões. Por meio do presente trabalho objetiva estudar a variabilidade espaço-temporal da precipitação pluviométrica, chuvas intensas e relação de intensidade-duraçãofrequência (IDF) e suas relações com o relevo, urbanização e as mudanças climáticas. A metodologia incluiu a coleta de dados pluviométricos, realização do tratamento dos dados, tratamento estatístico, espacialização e análise dos resultados. O período avaliado no estudo da variabilidade espacial da chuva e sua relação com o relevo, assim como, para as relações IDF foi de 2003 a 2013. Nessas etapas foram consideradas a RMR e sua área circunvizinha. Os estudos sobre eventos extremos ficaram restritos ao período 2010 a 2016 devido a indisponibilidade de dados com espacialização e discretização requeridas. Os resultados apontam que existem grande variabilidade espaço-temporal da precipitação pluviométrica na RMR e, que esta, encontra-se fortemente relacionada ao relevo, principalmente no período mais seco da região – outubro a dezembro. O desenvolvimento das equações de chuvas intensas para os municípios da RMR permitiu a conclusão que existe grande heterogeneidade das relações IDF, não sendo portanto, recomendado a utilização de uma única equação de chuvas intensas para toda a RMR. O estudo com dados diários de precipitação entre 2003 e 2013, ainda permitiu a conclusão que os maiores valores das médias dos totais anuais de precipitação ocorreram na cidade de Recife, enquanto, os máximos anuais ocorreram no município de Cabo de Santo Agostinho. As observações dos fenômenos de chuvas intensas na RMR, permitiu observar que a variabilidade interanual dos totais pluviométricos relaciona-se de forma similar com a ocorrência dos eventos extremos, ou seja, nos anos de maiores totais pluviométricos anuais, observa-se maior incidência de eventos extremos, enquanto, nos anos de baixos totais pluviométricos anuais observa-se um número reduzido de eventos de chuvas intensas. Para os anos observados, ocorreram 179 eventos que ultrapassaram 50,0 mm de chuva em 24h, destacando-se os anos de 2011 e 2012, por apresentarem o maior e o menor número de eventos extremos, respectivamente.