Medidas psicofísica e eletrofisiológica de acuidade visual de crianças com a Síndrome Congênita do Zika Vírus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SANTOS, Lilian Mattos dos
Orientador(a): NOGUEIRA, Renata Maria Toscano Barreto Lyra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29724
Resumo: A presente Pesquisa teve como objetivo investigar a acuidade visual (AV) e funcionamento das vias visuais de crianças com a Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV) utilizando o Potencial Visual Evocado de Flash (PVEF) e Padrão Reverso (PVEPR) e os Cartões de Acuidade de Teller (CAT). Foram avaliadas 15 crianças, com faixa etária entre 21 e 24 meses com diagnóstico da SCZV, das quais 8 integraram a amostra. O PVE foi registrado com um sistema de EEG Brain Products de 32 canais a uma taxa de amostragem de 250Hz. Quatro eletrodos foram posicionados no escalpo dos participantes com auxílio de uma faixa ajustável segundo o sistema internacional 10-20 de colocação. Dois eletrodos ativos (O1 e O2), um eletrodo referência (Fpz) e um eletrodo terra (Cz). Utilizou-se dois estímulos para capturar resposta: (i) um fótico (flash de luz); e, após breve intervalo, (ii) padrão reverso (checkerboard), ambos com frequência de apresentação do estímulo de 1Hz. Os estímulos foram apresentados randomicamente na frequência de 1Hz a 30 cm de distância da tela de um monitor de vídeo. A acuidade visual para os Cartões de Acuidade de Teller (CAT II) foi medida à distância de 55 cm dos participantes para as pranchas. Os cartões com os estímulos foram apresentados sequencialmente a partir de aumento progressivo da frequência espacial, contudo, com orientação randômica do estímulo estruturado desconhecida pelo examinador. Em todas as avaliações as crianças foram posicionadas na direção dos estímulos pelos seus responsáveis sob orientação do examinador A análise estatística diferencial realizada na comparação entre o Grupo clínico e a norma padrão revelou que não houve diferença significativa entre o desempenho visual dos mesmos, contudo os resultados sugerem uma tendência ao comprometimento da AV do Grupo clínico quando comparados ao desempenho normativo. Esta análise revelou ainda um efeito difuso em ambos os hemisférios, não havendo diferença assimétrica significativa na latência das ondas P100 e P2 proveniente das respostas dos dois estímulos- padrão reverso e flash. Demonstrou ainda valores de latência de acordo com a média esperada, o que sugere preservação da milienização das vias axonais. Contudo observou-se grande variação de amplitude nas duas ondas, o que pode denotar funcionamento ineficiente do sistema visual dos participantes já que a diminuição da amplitude pode representar a diminuição da reatividade dos circuitos associados à resposta, e, principalmente na resposta à onda P100- as alterações são relacionadas à visão macular, à AV. Para o CAT II os resultados foram inconclusivos devido ao comportamento evasivo dos participantes. Considera-se que, devido a erro amostral, não foi possível encontrar diferença estatisticamente significativa na AV das crianças com a SCZV em comparação à Norma Padrão, contudo, os dados descritivos revelam tendência ao comprometimento da AV desta população. Todavia, para a validação desta interpretação, fazem-se necessárias outras investigações com a amostra ampliada.