A ABIN na imprensa: dimensão dialógica da construção de uma imagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Elizabeth Moreira Vaz, Ana
Orientador(a): de Arruda Carneiro da Cunha, Dóris
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7411
Resumo: A presente tese realiza um estudo analítico de matérias veiculadas na imprensa escrita, que fazem referência à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) órgão do Poder Executivo encarregado da produção de conhecimentos de interesse estratégico para a Presidência da República. No acompanhamento dos textos veiculados na imprensa, observase a existência de uma espécie de descompasso entre a missão legalmente atribuída àquele órgão de inteligência e as formas como as suas atividades são representadas na mídia escrita. A constatação da polêmica aí fundada, englobando múltiplos dizeres e refletindo posicionamentos diversos, evidenciou a necessidade de uma análise mais profunda dos fios discursivos enredados nessa complexa teia de opiniões e de pontos de vista em confronto, tomando como base a teoria dialógica bakhtiniana e estudos contemporâneos da enunciação e do discurso. A análise busca elucidar os efeitos de sentidos criados pela multiplicidade de dizeres presentes nas matérias de jornais diversos, aí englobando o discurso do próprio órgão de imprensa, do jornalista e colaboradores, bem como de representantes legais da Agência Brasileira de Inteligência. Explicita também os procedimentos que presidem tal funcionamento discursivo, levando em conta as várias vozes que ali se entrecruzam e fundam uma relação polêmica. Evidencia que esses discursos, ao mesmo tempo em que propiciam o fortalecimento dos lugares enunciativos ocupados por cada uma das instâncias envolvidas, revelam a existência de uma interdependência mútua, de um dialogismo marcado pela presença da heterogeneidade constitutiva, cujas marcas se exteriorizam em uma heterogeneidade mostrada tanto no campo da interlocução como no campo interdiscursivo. Por outro lado, a polêmica instaurada constrói uma imagem da Abin e dos sujeitos envolvidos nos diversos discursos, que termina por lançar indagações acerca da sua real efetividade e do necessário, mas sempre problemático equilíbrio entre a opacidade e a transparência de suas ações