O cuidado às crianças com paralisia cerebral à luz da teoria de Leininger

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: ALMEIDA, Isabella Joyce Silva de
Orientador(a): CAVALCANTI, Ana Márcia Tenório de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Enfermagem
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25776
Resumo: A chegada de uma criança com paralisia cerebral gera grande impacto à família. Dentro dessa perspectiva, é necessário um olhar holístico para toda conjuntura que envolve essa criança. As questões que perpassam a cultura na qual criança e cuidador estão inseridas, devem ser observadas, principalmente, no tocante à influência que a mesma possui frente ao cuidado prestado à essas crianças. Por isso, o objetivo dessa pesquisa é conhecer como a cultura influencia o cuidado prestado por cuidadores familiares às crianças com paralisia cerebral, à luz dos constructos da teoria de Leininger. Assim, a presente dissertação teve seus resultados organizados em dois artigos, o de revisão integrativa e artigo original. O artigo de revisão integrativa teve como pergunta norteadora “Qual é o papel da cultura frente ao cuidado às crianças?”. Para responde-la, as seguintes bases de dados foram incluídas: LILACS, SCOPUS, CINAHL, BDENF, CUIDEN e biblioteca virtual SCIELO. Utilizou-se os descritores “Cultura”, “Cuidado da Criança” e “Paralisia Cerebral”. A busca resultou em um total de 2149 escritos, selecionando-se 11 artigos. Após a leitura dos artigos na íntegra, emergiram duas categorias: a interface entre os sistemas de cuidados profissionais e cultura; e a interface entre os sistemas de cuidados genéricos e cultura. A revisão integrativa destacou a ausência de literatura referente à interface entre cultura e cuidado à criança com paralisia cerebral. Acerca do artigo original, o estudo é descritivo, transversal, com abordagem qualitativa, realizado no ambulatório do serviço de terapia ocupacional, em um Hospital de grande porte em Pernambuco. Os sete participantes do estudo foram cuidadores familiares de crianças atendidas no referido ambulatório. A coleta de dados deu-se através de uma entrevista semiestruturada, onde as perguntas norteadoras foram estruturadas a partir do conceito de cultura proposto pela teoria de Leininger. A análise dos dados contou com o auxílio do software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRAMUTEQ) versão 0.7, a partir da análise de Classificação Hierárquica Descendente. Após esse processo, emergiram seis classes. Como forma mais elucidativa e, seguindo o núcleo de ideia emergido de cada classe, quatro classes foram aglutinadas em dois grupos distintos e as outras duas classes restantes foram nomeadas individualmente, ficando: grupo de classes 6 e 5: “atores e cenários da rotina de cuidados”; grupo de classes 2 e 1: “dimensões sócioinclusivas”; classe 3: “dimensões psicorreligiosas”; classe 4: “anseios ao ter um filho com paralisa cerebral”. As classes e grupos de classes foram interpretados em consonância com o modelo Sunrise, constructo da teoria de Leininger. Concluiu-se que a cultura interage nesse universo do cuidado direcionado à crianças com paralisia cerebral, através dos modos de vida, religião e princípios ou valores, pois através desses elementos consegue-se perceber o enfrentamento da rotina de cuidados, formas redes de apoios em âmbitos extradomiciliares e intradomiciliares e o encontro de alívio para as dificuldades do cotidiano. Portanto tendo em vista a influência que os mesmos geram frente a essa realidade cuidativa, é necessário que o profissional lapide continuamente sua competência cultural tendo em vista abordagens humanísticas.