Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
SANTOS, Gleice de Souza |
Orientador(a): |
SCHWAMBORN, Ralf |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10636
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Resumo: |
Apesar da importância ecológica dos ambientes recifais de águas rasas do Oceano Atlântico Sul Tropical, esses ecossistemas vêm sendo ameaçados por vários impactos antrópicos, dentre estes o pisoteio por banhistas nos topos recifais. Até o momento, não foi investigado como a prática do pisoteio afeta a comunidade macrobentônica séssil do topo dos recifes brasileiros. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o possível efeito do pisoteio na comunidade macrobentônica séssil, visando testar a hipótese de que essa atividade causa sérios danos nessa comunidade. A pesquisa foi desenvolvida no topo dos recifes das praias de Porto de Galinhas e de Tamandaré, Pernambuco, Brasil. Em Porto de Galinhas, seis áreas foram avaliadas: duas áreas impactadas pelo pisoteio intensivo e quatro áreas protegidas (áreas de preservação adjacentes às áreas impactadas, sendo raramente pisoteadas por banhistas). Em Tamandaré, a amostragem foi realizada na área fechada à visitação, sem qualquer impacto de pisoteio e pesca. A análise da cobertura da comunidade macrobentônica foi realizada com a metodologia do fototransecto, com a análise de fotos com o auxílio do Software CPCe. A rugosidade do substrato foi mensurada com uma corrente e uma trena. Em Porto de Galinhas, foram encontradas quinze espécies de macroalgas e nove espécies de animais, nas áreas impactadas e protegidas, com a exceção do bivalve Isognomon bicolor, que foi encontrado somente nas áreas protegidas e na área fechada. Nesta última, foram registradas onze espécies de macroalgas e nove de animais. Nas áreas impactadas, a área de substrato exposto foi duas vezes maior do que na área protegida (com médias de 51,7% e 25,6%, respectivamente), sendo ainda menor na área fechada (19,4%). Consequentemente, as áreas impactadas apresentaram menores áreas de cobertura macrobentônica viva que as áreas protegidas e fechada. Entretanto, não houve diferenças significativas de área de cobertura viva entre as áreas protegidas e a área fechada. Nas áreas impactadas e protegidas, houve a dominância da macroalga Palisada perforata. Todavia, na área fechada houve a dominância do zoantídeo Zoanthus sociatus, com um destaque especial para a cobertura do molusco vermetídeo Petaloconchus varians, que foi significativamente maior nessa área, em relação às demais. Não houve diferenças de rugosidade entre as áreas avaliadas. O pisoteio apresenta um efeito contundente na área de cobertura de organismos macrobentônicos sésseis. As espécies mais resistentes à prática do pisoteio foram as macroalgas P. perforata (apesar de também sofrer redução em sua abundância, foi dominante nas áreas impactadas) e Halimeda opuntia (que não mostrou diferenças entre as áreas impactadas e protegidas). As espécies mais frágeis, bioindicadoras de áreas com pouco ou nenhum pisoteio, foram o bivalve I. bicolor e o vermetídeo P. varians. A criação de áreas de preservação ambiental com planos de manejo sustentável é eficiente na manutenção e conservação da biodiversidade macrobentônica desses importantes ambientes recifais do nordeste brasileiro. |