Um homem que não queria fazer nada com coisa nenhuma: tédio, depressão e a fotografia impossível

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: CARVALHO, Paulo de Tarso
Orientador(a): PRYSTHON, Ângela Freire
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Comunicacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30931
Resumo: Esta é uma pesquisa sobre algumas nominações diagnósticas que estão na ordem do dia, sendo a mais popular a depressão. Na tese, convoco o "fotográfico" a partir das imagens de ressonância, a principal expressão imagética do domínio absoluto do significante "neuro" nos nossos dias de fé cega no discurso da ciência. Aqui propusemos que o problema do Eu e da consciência é um falso problema científico, porque o sujeito não é algo unitário, bem como não pode ser gerado por meio de um processo cerebral qualquer. Denunciamos, assim, por outros caminhos, a ilusão de uma percepção continuada do mundo, além da identificação entre experiência subjetiva e atividade cerebral. Trata-se de um delírio, de fato, crer que as representações da linguagem (uma palavra e sua significação, um pensamento) teriam uma inscrição no sistema nervoso central. O que devemos reter como mais importante em relação ao inconsciente freudiano é que o sentido humano, o sentido do sintoma, do sofrimento, não pode jamais ser reduzido a um dado inscrito no real biológico do corpo. Delirante como analisar uma pintura a partir da análise molecular das tintas, ou uma fotografia unicamente a partir das reações químicas que a gera. Para conhecer os vagalumes é preciso observá-los no presente de sua sobrevivência, diz-nos Didi-Huberman. Os vagalumes são sujeitos às voltas com seus afetos, repertoriados e não repertoriados, pré-individuais ou ontológicos, e suas existências, sobretudo elas, são marcadas pelos diagnósticos. Se Bartlebys são vagalumes, o que significaria buscar a sua “luz menor” no interior de algumas imagens fotográficas? Defendo que há algo de Bartleby e companhia no próprio funcionamento fotográfico. Observaremos como operaria esse coeficiente de desterritorialização, em que tudo é político e tudo adquire um valor coletivo, onde tudo fala das condições de transformação imanentes à própria marginalização.