Eficácia do treinamento muscular inspiratório sobre a gravidade da apneia obstrutiva do sono e qualidade do sono e sonolência diurna excessiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: NÓBREGA JÚNIOR, José Carlos Nogueira
Orientador(a): LIMA, Anna Myrna Jaguaribe de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32249
Resumo: A apneia obstrutiva do sono se caracteriza pela repetição de episódios de obstrução parcial ou total das vias aéreas superiores por um tempo igual ou superior a 10 segundos. O seu tratamento se baseia no uso de pressão positiva contínua (CPAP), outras formas de tratamento possuem eficácia comprovada, como os dispositivos intraorais, as válvulas nasais, a estimulação do nervo hipoglosso e a realização de exercícios específicos para a musculatura orofacial e orofaríngea. A utilização de exercícios globais também apresenta sua eficiência comprovada. Já em relação ao treino específico da musculatura respiratória, o treinamento muscular inspiratório (TMI), ainda existe uma lacuna considerável na literatura sobre os efeitos desse tipo de intervenção em indivíduos com AOS. Objetivos: desta forma, o estudo verificou o efeito do treinamento muscular inspiratório na gravidade da apneia obstrutiva do sono e sintomas relacionados à doença. Métodos: foi realizado um ensaio clínico, controlado, randomizado e duplo cego com 16 indivíduos, diagnosticados com AOS moderada ou grave, divididos em 2 grupos: a) Grupo Experimental (n=8), os participantes realizaram o treinamento com carga progressiva iniciando em 50% da PImáx nas duas primeiras semanas de treino, 60% da PImáx na terceira e quarta semana e 75% nas últimas 4 semanas, totalizando 8 semanas de treinamento e b) Grupo controle (n=8): os indivíduos realizaram o TMI com o aparelho da marca Powerbreathe® sem qualquer carga, pelo mesmo período do grupo da intervenção. Antes e após as oito semanas, os grupos foram avaliados através da poligrafia, testes para força da musculatura inspiratória (Manovacuometria), função pulmonar (espirometria) e preencheram questionários para avaliar a qualidade do sono, sonolência diurna excessiva e ronco. Resultados: foi observada redução no índice apneia-hipopneia IAH (p=0,01), redução do escore do questionário de Berlim (p=0,001) e aumento da força muscular inspiratória (p=0,018) no grupo TMI em relação ao grupo placebo. Na comparação com os valores basais, o grupo TMI apresentou redução do IAH (31,7 ± 15,9 eventos/h vs 29,9 ± 15,8 eventos/h;p<0,001), dos escores do questionário de Berlim (2,6 ± 0,5 vs 1,2 ± 0,5;p=0,016), índice de qualidade de sono de Pittsburgh (PSQI) (7,2 ± 3,6 vs 3,7 ± 1,3; p=0,008) e da escala de sonolência de Epworth (ESE) (12,5 ± 4,0 vs 7,7 ± 3,0; p=0,008) e aumento da força muscular inspiratória (83,6 ± 26,5 cmH₂O vs 127,9 ± 32,5cmH₂O; p=0,010) em relação aos valores basais. Já no grupo placebo, quando comparado aos valores basais, a única alteração foi a redução da SDE (14,9 ± 5,2 vs 9,8 ± 5,0; p=0,002) comparado aos valores basais. Conclusão: 8 semanas de TMI com carga moderada é eficaz para melhorar a gravidade da AOS e atenuar os sintomas relacionados à doença. Além disso, sugere-se que o TMI se mostra como mais uma alternativa de tratamento que pode ser utilizada associada ao CPAP por poder proporcionar uma melhor adesão do paciente, que o paciente pode realizá-lo em casa e em horários que atendam a sua necessidade, além de ter um baixo custo e fácil execução, viabilizando a inserção na rotina diária do paciente.