Lipossomas convencionais e síntioespecíficos (lectina-conjugada) contendo antineoplásicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Maria Lins Rolim Santos, Hercília
Orientador(a): Stela Santos Magalhães, Nereide
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/2011
Resumo: Lipossomas são vesículas aquosas formadas por bicamadas de fosfolipídios e constituem excelentesformas farmacêuticas de liberação controlada de fármacos devido à sua flexibilidade estrutural em termos de tamanho, composição, fluidez da bicamada lipídica e capacidade para incorporar tanto compostos hidrofílicos quanto lipofílicos. As lectinas, proteínas de reconhecimento a carboidratos com capacidade para ligar-se a glicoconjugados de membranas biológicas, podem ser utilizadas como moléculas sinalizadoras na superfície de lipossomas tornando-os sítio-específicos (lipossomas lectina-conjugada). O objetivo desta tese foi desenvolver lipossomas lectina-conjugada e lipossomas convencionais para o direcionamento de fármacos anticancerígenos à células antitumorais. A doxorrubicina (DOX) e o ácido úsnico (AU), um antitumoral de origem liquênica, foram utilizados como fármacos modelos a serem nanoencapsulados em lipossomas. A lectina Concanavalina A (Con A) foi conjugada a lipossomas contendo DOX (Con A-lipossomas) para liberação sítio-específica do fármaco. Adicionalmente, o AU foi encapsulado em lipossomas convencionais. Con Alipossomas foram preparados por incubação da lectina modificada (SATA-Con A) com DOXlipossomas (DPPE-MBS lipossomas) previamente preparados. A atividade biológica da lectina foi monitorada antes e após conjugação aos lipossomas por ensaio de hemaglutinação. Lipossomas contendo AU foram preparados pelo método de hidratação do filme lipídico seguido de sonicação. As propriedades físico-químicas e a estabilidade dos lipossomas foram avaliadas. A citotoxicidade de DOX encapsulada em Con A-lipossomas e do AU lipossomal foi avaliada em termos de inibição da proliferação celular em linhagens humanas NCI-H292 e HEp-2 utilizando o método do MTT. A citotoxicidade dos fármacos encapsulados foi comparada com aquela dos fármacos nas suas formas livres em solução. Lipossomas sítioespecíficos contendo DOX (1 mg/ml), com superfície modificada pela Con A, foram obtidoscom tamanho de partículas de 172,6 ± 12,7 nm e com atividade hemaglutinante parcialmente preservada. A encapsulação de DOX em Con A-lipossomas promoveu uma inibição de aproximadamente 70% da proliferação das células HEp-2 nas concentrações testadas (0,63-5 mg/ml). Uma inibição de 50% da proliferação das células NCI-H292 foi observada para a concentração de 1,25 mg/ml (CI50), enquanto que a DOX livre apresentou uma CI50 de 5 mg/ml. DOX em solução foi capaz de inibir apenas 20% da proliferação das células HEp-2. Con A-lipossomas não carregados com fármaco não apresentaram citotoxicidade em nenhuma das células testadas. Lipossomas (42 μmol/10μl) contendo 1,5 mg/ml de AU foram obtidos e a formulação mais resistente permaneceu estável por mais de 100 dias em suspensão. A citotoxicidade do AU livre e encapsulado em células HEp-2 foi de 20 e 5 μg/ml, respectivamente, e de 20 μg/ml para ambas as formas livre e encapsulada testadas em células NCI-H292. A encapsulação de DOX em Con A-lipossomas levou a um melhoramento na penetração do fármaco nas células, e como conseqüência ao aumento da citotoxicidade, especialmente em células HEp-2. A nanoencapsulação de fármacos anticancerígenos em lipossomas convencionais ou sítio-específico promove um aumento na eficácia do fármaco constituindo, portanto, uma forma potencial de administração de tais fármacos