Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
BRITO, Maria Juciliara Francelino |
Orientador(a): |
CORDEIRO, Ralf Tarciso Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55782
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Resumo: |
Os ecossistemas marinhos recifais são essenciais para a subsistência de comunidades costeiras oferecendo serviços como alimentação, proteção costeira e suporte econômico. No entanto, esses ecossistemas enfrentam ameaças dos impactos antropogênicos como sobrepesca, poluição e consequências das mudanças climáticas, resultando no declínio de sua vitalidade. Enquanto as Áreas Marinhas Protegidas (AMP’s) continuam sendo importantes ferramentas de conservação, a eficácia delas depende de estudos locais detalhados. Assim, o presente estudo teve como objetivo conhecer e monitorar as comunidades coralíneas de recifes de Ipojuca-PE, mapeando exaustivamente as espécies de corais construtoras de recifes de Serrambi (SR) ede Porto de Galinhas - PE (PG), com intuito de abordar metodologias diferentes de mapeamento, gerando dados para subsidiar estratégias de conservação e manejo diante das mudanças ambientais em curso. Para o mapeamento, inicialmente, foram conduzidas amostragens em transectos aleatórios nestes recifes, que revelaram baixa cobertura coralínea (<2,98%). Duas estratégias de censo foram então adotadas, através de georreferenciamento de colônias das principais espécies de corais construtores para o estado de Pernambuco: Millepora alcicornis, Mussismilia hispida, Mussismilia harttii e Montastraea cavernosa. Em PG, o esforço foi executado pela comunidade previamente capacitada (ciência cidadã), enquanto em SR, apenas esforço técnico foi empregado. Esse foi o primeiro censo coralíneo dessas localidades para corais construtores. Em PG, um recife de aproximadamente 2 km de extensão, 636 colônias foram georreferenciadas, sendo Millepora alcicornis (38,99%) a mais frequente. Em SR, num recife duas vezes maior em tamanho, foram encontradas apenas 349 colônias, com Montastraea cavernosa (42,12%) como dominante, possivelmente devido a um menor esforço. Na comparação com estudos anteriores pouco detalhados, nota-se uma alteração na cobertura recifal, evidenciando uma ainda maior predominância de algas. Além disso, foi possível identificar o declínio de populações inteiras, como Mussismilia spp., Scolymia wellsii e Millepora braziliensis para ambos os recifes. Durante o monitoramento, foram observados indícios iniciais de branqueamento nas colônias de Siderastraea spp., coincidindo com o período de maior temperatura registrada (30°C). A ausência de anomalias térmicas prolongadas e as características de águas turvas nos recifes possivelmente contribuíram para a saúde das colônias. Esses resultados destacam a importância da compreensão da influência dos fatores ambientais locais na saúde dos recifes de corais, bem como a importância de mapeamentos detalhados da fauna coralínea em recifes com baixa cobertura e com previsão de grandes perdas ainda maiores. Com essa base de dados, será possível subsidiar estratégias de restauração e políticas de manejo e conservação locais adequadas, como o zoneamento e proteção de áreas com maior concentração coralínea. |