Sedimentação holocênica no sistema estuarino-lagunar dos rios Ipojuca e Merepe (PE)
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Geociencias |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50338 |
Resumo: | O sistema estuarino-lagunar dos rios Ipojuca, Merepe, Tatuoca, Massangana e a Baía de Suape (8°20’S/34°57’W) estão localizados a 40km ao sul do Recife (PE), e é onde está situado o Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS). O presente trabalho tem como objetivo estabelecer e evoluir os conhecimentos sobre a dinâmica sedimentar atual e recente no sistema estuarino dos rios Ipojuca e Merepe (PE) da Matéria Orgânica Sedimentar (MOS). Inicialmente foi realizado um levantamento do estudo da MOS nos estuários de Pernambuco afim de fornecer embasamento teórico para o tema na região e auxiliar a discussão dos resultados da área de estudo. Em seguida, foi realizada a análise sazonal superficial dos sedimentos afim de obter a dinâmica sedimentar atual e por último, a análise dos sedimentos ao longo de 320 anos com o intuito de reconhecer a dinâmica dos sedimentos recente através do testemunho sedimentar. Os resultados indicaram que os sedimentos são, em geral, litoclásticos arenosos, com baixos conteúdos de Matéria Orgânica (MO) de origem predominantemente continental e mista condicionados pelos tipos de sedimentos (arenosos ou lamosos) e pelas entradas distintas de materiais às quais cada subambiente é submetido e influenciado pelos fatores: hidrodinâmica, profundidade local e a geologia. As mudanças estruturais sofridas pela instalação do CIPS são refletidas na composição sedimentar e o sistema é influenciado pela sazonalidade (inverno e verão). Foi possível identificar áreas preferênciais de deposição: porto interno; baía de Suape, estuário do Massangana, plataforma interna, laguna de Muro Alto, baía de Ipojuca, e os estuários dos rios Ipojuca e Merepe, resultante das alterações, principalmente na morfologia de fundo da baía do Ipojuca e da batimetria rasa. Apesar de altos valores de MO quando comparados aos outros estuários pernambucanos, os níveis de Carbono orgânico Total (COT) são baixos e estão abaixo do valor de alerta da resolução do CONAMA (10%). Através da análise do registro sedimentar, foi possível associar as mudanças ocorridas no uso e ocupação do solo por meio da mudança das assinaturas geoquímicas ao longo do testemunho. Observa-se um aumento sensível nos teores de lamas, MO e Nitrogênio (N) em direção ao presente na unidade mais recente. Associado às mudanças nas condições ambientais naturais devido ao contínuo aporte de lama efetuado no Antropoceno pelo delta-intralagunar do rio Ipojuca. A coluna sedimentar possui uma alta taxa de sedimentação (0,65 cm.ano-1) com uma mudança na qualidade da MO local, mais enriquecida em δ15N (MO de origem bacteriana) ainda na unidade basal. Os dados do índice de estado trófico indicam sedimentos hipereutróficos a partir da Unidade II (1800 - 1975), quando comparados à unidade basal (oligotrófico) associado à economia canavieira da época. A unidade basal é ligeiramente mais marinha do que o restante do testemunho e a Unidade mais recente é marcada pelo aumento de teores orgânicos e mudanças no padrão sedimentar decorrente das mudanças ocorridas no complexo estuarino para o período. |