Quando se fala de ser mulher, de quem se está falando? Uma análise sob a ótica da Avaliatividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: BARROS, Ana Carolina Almeida de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49723
Resumo: O presente trabalho tem como intuito analisar como as publicações da Folha de S. Paulo representam, em termos avaliativos, ser mulher entre os séculos XX e XXI. Focamos, para isso, nos textos publicados pelo espaço discursivo da Folha, considerando os significados (re)construídos através dos elementos léxico-gramaticais e semânticos-discursivos, quando do aparecimento de marcas discursivizadas que apontam para ser mulher, entre fronteiras ou acessos estabelecidos às consciências coletivas no uso da linguagem. Apoiamo-nos no Sistema de Avaliatividade (SA) ou Appraisal para Martin e White (2005) que está assentado no domínio mais amplo da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), pressuposto teórico de Halliday (2004). As análises das escolhas léxico-gramaticais com reverberação na semântica do discurso consideraram, nos 15 (quinze) textos analisados, duas grandes regiões ou domínios interacionais “Atitude” e “Gradação”, a partir das esferas “Política” e “Economia”, recorrendo às publicações do 08 de março, Dia Internacional da Mulher. A pesquisa assume um viés qualitativo, não apenas em virtude da escolha do próprio material de análise, mas também por contemplar sentidos possíveis que emergem através do olhar do analista, cabendo, no entanto, aos dados quantitativos serem auxiliares à compreensão do objeto-alvo. A partir das duas macrotemáticas selecionadas, foi identificado o caráter de “Apreciação” como o de maior relevância, seguido por “Julgamento” e só, então, pelo “Afeto”. As três categorizações são complementadas e estão apoiadas, por vezes, com elementos de “Gradação”, tendo a “Força” como destaque. Os termos apreciativos e afetivos ganharam uma visão mais positiva ou afirmativa dentre as ocorrências, contrastando com a balança do julgamento que evidenciou uma ótica mais negativa. O estudo empreendido, a partir desse traçado, mostrou que, em um cenário de meio século, ser mulher, apesar de haver algum reconhecimento de sua importância e valor, é lidar, ainda, com desafios em realidades cheias de obstáculos e desigualdades; ser mulher é também buscar atravessar a dominação, as restrições e, por vezes, o lugar de estagnação em que é posicionada; é estar em defesa da equidade. Ser mulher é empenhar-se em desconstruir o já instituído e formatado nos campos sociais, pois agentes em uma coletividade a pleitear (res-) significações e a quebra do jugo.