Fé e Forró : ritmos nordestinos e religiosidade protestante na Banda Sal da Terra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SILVA, Eudes Vieira da
Orientador(a): FERREIRA, Gustavo Alves Alonso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Música
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51417
Resumo: Partindo da música utilizada durante o estabelecimento do protestantismo no Brasil e considerando, nesse primeiro momento, os hinos trazidos pelos missionários, sendo esses por aqui “sacralizados” como modelos litúrgicos da música protestante, procura-se entender, mediante essa análise, a relação entre fé protestante e música popular nordestina, a partir da inserção de ritmos brasileiros nesse segmento religioso como proposta de renovação em relação aos hinos tradicionais. Nesse processo, a partir da década de 1960, alguns ritmos brasileiros, como Bossa Nova, Samba, Baião entre outros, foram assimilados como possibilidade de expressão religiosa. Focalizar-se-á, contudo, no trabalho produzido pela banda Sal da Terra, em que se busca compreender os processos identitários reivindicados por esses músicos, no que diz respeito à utilização do forró como veículo catalisador e transmissor da religiosidade protestante no sertão pernambucano. Tal relação, em alguns aspectos, nos parece conflitante, se considerarmos que o forró e seus subgêneros, como também o legado deixado por Luiz Gonzaga e seus parceiros, estão intimamente ligados à dança, um elemento ignorado na proposta da banda, mas ao mesmo tempo estimulado pelas características rítmicas dançantes próprias do forró e de seus subgêneros. Os dados foram obtidos através de entrevistas semiestruturadas, nos textos das canções produzidas pela banda, em observações não participativas, in loco, nas apresentações do grupo, em igrejas e eventos evangélicos, e em leituras referenciadas dentro da temática. Algumas teorias relacionadas aos estudos culturais que tratam sobre os descentramentos dos sujeitos e das instituições sociais na modernidade (HALL, 2005) e estudos sobre processos socioculturais de hibridação (CANCLINI, 2001) serviram de base para as análises; bem como estudos na área de sociologia que discutem os processos de construção da identidade e memória como um fenômeno social (POLLAK, 1992; HALBWACHS, 1990) também foram utilizados. Como resultado da aproximação entre fé e forró, o indivíduo busca novos significados, a partir de sua identidade anterior à conversão ao protestantismo, procurando adaptar à nova fé a sua “antiga” vivência cultural.