Fatores preditores do consumo de benzodiazepínicos por estudantes de um Instituto Federal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: ALBUQUERQUE, Sílvia Camêlo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46150
Resumo: O consumo de benzodiazepínicos é um grave problema de saúde pública, sobretudo na população de estudantes, considerando seu potencial para dependência e os diversos prejuízos associados, principalmente quando o uso ocorre sem prescrição médica, o que desperta a necessidade de averiguar os fatores associados para o uso desses medicamentos por estudantes de um Instituto Federal. Este estudo teve o objetivo de analisar os fatores preditivos do uso de benzodiazepínicos, por estudantes de nível técnico e superior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), campus Recife. Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado com 971 estudantes. Para a coleta de dados, foram utilizados o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), a Beck Scale for Suicide Ideantion (BSI) e um formulário composto por variáveis sociodemográficas, acadêmicas, estilo de vida e situação de violência sexual. A análise foi realizada por meio de software estatístico. A associação entre uso de benzodiazepínicos e as variáveis independentes foi avaliada pelo teste Qui-quadrado e por meio de Regressão Logística Binária. Foram verificadas as razões de chances, com seus respectivos intervalos de confiança e o valor de p<0,05 para fins de significância estatística. O estudo atendeu aos preceitos éticos da Resolução no 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. O uso de benzodiazepínicos foi referido por 20,7% dos estudantes; 4,6% informaram uso nos últimos 12 meses, com prescrição médica; e 6,9% utilizaram sem prescrição médica, nesse mesmo período. As variáveis que melhor predisseram o uso de benzodiazepínicos, nos últimos 12 meses, independentemente de prescrição médica, foram: frequentar festa open bar; uso de analgésico opioide nos últimos 12 meses; quadro sugestivo de Transtorno Mental Comum; e tentativa de suicídio. Sendo que esses dois últimos fatores aumentaram em mais de três vezes a chance de o estudante ter utilizado ansiolíticos nos últimos 12 meses. Quanto ao modelo preditor do uso de benzodiazepínicos, para o mesmo período, sem prescrição médica, as variáveis que mostraram melhor ajuste na regressão logística binária foram: ser mulher cisgênero; frequentar festa open bar; quadro sugestivo de Transtorno Mental Comum; e uso de opioides, nos últimos 12 meses, sem prescrição médica. Conclui-se que o uso de ansiolíticos por estudantes, sem prescrição médica, pode vir acompanhado do consumo de outras substâncias, como o uso concomitante de opioides. Mulheres cisgênero, estudantes que frequentam festas open bar, participantes com quadro sugestivo de Transtorno Mental Comum e que tentaram suicídio apresentaram maior chance de uso de benzodiazepínico e, portanto, devem ser grupos prioritários nas intervenções de enfermagem, com base na educação em saúde, voltadas para a prevenção do uso indiscriminado desses medicamentos por estudantes de nível técnico e superior.