Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Bianca Gabriely Ferreira |
Orientador(a): |
COSTA, Flavia Zimmerle Da Nóbrega |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Administracao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49374
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Resumo: |
As rotinas de cuidado com rosto, corpo, cabelo e suas práticas de consumo, evidenciam-se como algo naturalizado e socialmente estimulado. Parte significativa da oferta e da procura de serviços para esse fim se localiza na estética do rosto, sendo o procedimento de harmonização facial um dos mais conhecidos e consumidos. Esse se constitui de um conjunto de técnicas e procedimentos combinados, voltados tanto para minimizar, ou ainda, prevenir os efeitos do tempo no rosto, bem como para propiciar a beleza pautada nas regras da proporção. A beleza é tida como uma questão de bem-estar, portanto de saúde, devendo ser assumida como um quase- dever pelos indivíduos. Nossa tese partiu do princípio de que esse entendimento de cuidado constante e preventivo com o corpo deveu-se aos efeitos do fenômeno denominado de medicalização indefinida por Michel Foucault. Para o autor, na sociedade disciplinar o indivíduo foi normalizado e as populações reguladas pelos processos de sujeição. Entendendo que o corpo historicamente foi foco de aprimoramento e adestramento constantes, propomos entender a harmonização facial como uma técnica que permite a modulação continuada do corpo e oferece um ideal de corporeidade como saúde. Considerando que as configurações dinâmicas que regem um conjunto de práticas discursivas em um dado período é compreendido por Foucault como uma episteme, nossa questão de pesquisa voltou-se para desvelar: Que epistemes fundamentam a medicalização da harmonização facial? Para responder essa pergunta, a trilha metodológica foucaultiana se mostrou pertinente e adequada ao trabalho, uma vez que está alinhada a proposta e a teoria social que o embasa. A partir da análise de discurso foucaultiana foram encontradas três formações discursivas: a medicalização sistemática da beleza naturalizou a harmonização facial como um investimento necessário e desejável de normalização dos indivíduos e da população; a harmonização facial evidencia como as normas da intervenção médica assertiva e da beleza como ideal e responsabilidade cotidiana conformam processos de sujeição; e a racionalidade política da medicalização da harmonização sofre contrapartida molecular de seu biopoder ampliado. Como saberes estruturantes que norteiam não só os procedimentos de harmonização facial, como também outros procedimentos, vislumbramos: autocuidado, juventude, oportunidade, vaidade, autoaperfeiçoamento e cientificidade. Os resultados evidenciam que os saberes da medicalização indefinida fizeram da beleza corporal um objeto de saúde a ser buscado pois, por meio da norma, promoveu processos de sujeição nos quais os indivíduos se reconhecem e produziu identidades coletivas biopolíticas que regulam a população, evidenciando as condições que sustentam a produção e a legitimação de discursos em torno dos corpos dóceis e úteis. |