Os pressupostos na interpretação do Leviathan: o papel dos interesses na filosofia moral e política de Hobbes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SILVA, Jairo Rivaldo da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Filosofia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33659
Resumo: Essa dissertação realiza um mapeamento dos pressupostos de duas tradições interpretativas do Leviathan. A primeira afirma que Hobbes: 1) defendeu uma concepção mecanicista do ser humano e da política traduzida no egoísmo psicológico; 2) defendeu uma concepção instrumental da razão. Uma vez que esses pressupostos sejam identificados é possível perceber o seguinte padrão interpretativo nos principais comentadores da sua obra: o estado de natureza como um dilema do prisioneiro da teoria dos jogos; a obrigação política justificada pela razão prudencial; a irrelevância da religião para a teoria moral e política de Hobbes. A segunda afirma que os indivíduos racionais descritos por Hobbes não são motivados apenas pelo autointeresse, mas por interesses racionais, morais e religiosos diversos. Essa revisão é responsável por uma releitura nas seguintes áreas da filosofia hobbesiana: 1) psicologia; 2) moral; 3) política. O objetivo é demonstrar como, a partir dos pressupostos e critérios de interpretação de cada uma delas, teremos não apenas duas abordagens distintas, mas resultados e soluções distintas para problemas políticos e morais que Hobbes buscou solucionar na sua magnus opus. Para tanto, a dissertação é composta de três capítulos que, embora pareçam unidades independentes que podem ser lidos em qualquer ordem, estão interligados. No primeiro capítulo, apresento os pressupostos da interpretação ortodoxa do Leviathan. Apresento os dois pressupostos principais, bem como a interpretação decorrente deles. Em seguida, tomo a obra de David Gauthier, The Logic of Leviathan, para demonstrar que os pressupostos da interpretação ortodoxa foram apresentados primeiramente nessa obra. No segundo capítulo, apresento a crítica da interpretação revisionista aos pressupostos da interpretação ortodoxa apresentados no primeiro capítulo e apresento os critérios de leitura das duas interpretações do Leviathan. No terceiro capítulo, faço uma reconstrução de alguns aspectos revisionistas na interpretação de Lloyd do Leviathan. Por fim, apresento os resultados desses pressupostos aplicados na resolução do problema da desordem social no Leviathan. O objetivo desse capítulo final é demonstrar como a abordagem ortodoxa e a revisionista entendem o que Hobbes denomina “razão pública” ou árbitro capaz de resolver a tensão entre os interesses privados responsáveis pela instabilidade da República e a razão de Estado.