Distúrbios laboratoriais e sistêmicos associados a pacientes com leucemia mieloide aguda em Unidade de Terapia Intensiva
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54806 |
Resumo: | A leucemia mieloide aguda (LMA) consiste em uma neoplasia clonal, progressiva e heterogênea, resultante de alteração da célula tronco hematopoiética, com crescimento incoordenado das células indiferenciadas, denominadas mieloblastos. Esse mecanismo aumenta as células imaturas na medula óssea com supressão da atividade hematopoiética normal e, consequentemente substituição de células medulares e sanguíneas por células mais jovens com imaturidade funcional. Dentre os diversos tipos de leucemias, a LMA apresenta maior gravidade clínica e consequentemente ocupa o primeiro lugar em proporção de óbitos; no Brasil no período de 2008 e 2017 essa proporção foi de 36%. O objetivo deste estudo foi investigar o perfil dos distúrbios metabólicos e condições clínicas associadas à LMA, em pacientes internados na unidade de terapia intensiva (UTI) da Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Pernambuco, hospital referência para doenças hematológicas. Este trabalho foi um estudo retrospectivo transversal com dados coletados em arquivos de exames laboratoriais e prontuários, incluindo as características gerais dos pacientes no período de janeiro de 2020 e dezembro de 2021, durante o internamento na UTI. A população total foi de 37 pacientes, 56,7% do sexo masculino e 43,2% do sexo feminino e idade média 48,4 ± 15,4 anos. Os dados analisados mostraram o seguinte: Aumento, em relação a valores de referência, dos principais marcadores da função renal (creatinina em 64,9% da população e ureia em 78,4% da população) e hepática (ALT em 59,4% e AST em 67,6% da população). Os marcadores laboratoriais, eletrólitos e proteínas totais, não apresentaram valores elevados. Estes resultados indicam comprometimento renal e hepático que podem ser decorrentes do esquema de quimioterapia para o tratamento de indução na LMA. A taxa de óbito foi de 75%. Não houve diferença significativa entre o grupo desfecho óbito (GDO) e grupo sobreviventes (GS) em relação à idade, sexo, lesão renal, lesão hepática e diálise. O GDO teve maior uso de assistência ventilatória mecânica (AVM) (96,1%) e de droga vasoativa (DVA) (73%) que o GS, diferindo estatisticamente, ao passo que o GS apresentou maior tempo de internamento (16 dias) do que o GDO (5 dias). Foi observado aumento significativo no dia de desfecho no GDO em relação ao GS, para marcadores de função renal, blastos, bilirrubina, cálcio, cloreto, Ht e Hb. Os resultados sugerem maior comprometimento sistêmico dos pacientes do GDO. A análise da razão de chance (RC) de óbito mostrou que os pacientes em AVM apresentava uma RC 112,5 vezes maior e aqueles que necessitaram usar droga vasoativa, a RC foi de 7,2 vezes maior. A prevalência de lesão renal aguda em pacientes com LMA internados na UTI foi de 85% e a taxa de mortalidade nestes pacientes foi de 80%. Pacientes com LMA internados na UTI apresentam maior falência de sistemas, contribuindo para piores desfechos com aumento da taxa de mortalidade. Os resultados do presente estudo podem subsidiar informações importantes, como o tempo médio de AVM, taxa de LRA, e desfecho dos pacientes, auxiliando a condução terapêutica de pacientes com LMA internados na UTI e sugerem que a AVM e uso de droga vasoativa são preditores de mortalidade. |