Estudo de caso-controle para avaliar a tubulopatia renal proximal (TRP) relacionada ao tenofovir em pessoas vivendo com HIV (PVHIV)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SOARES, Rita de Cassia Albuquerque
Orientador(a): LACERDA, Heloísa Ramos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37810
Resumo: O tenofovir (TDF) é um antirretroviral introduzido, no Brasil, ao esquema básico para o tratamento antirretroviral. A tubulopatia renal proximal (TRP) induzida por TDF é um desafio na prática clínica. Este estudo estimou o risco e verificou a associação entre o uso de tenofovir com o desenvolvimento da TRP em pessoas que vivem com HIV (PVHIV), atendidos no Hospital das Clínicas (Universidade Federal de Pernambuco), de 2016 a 2018. Comparamos o risco do desenvolvimento da TRP em tratados e não tratados com TDF e verificamos associações entre a TRP às diversas características socioeconômicas, clínicas e farmacogenéticas. Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo caso-controle. Os “casos” preencheram os critérios para o diagnóstico da TRP, o qual foi determinado na presença de duas ou mais das seguintes anormalidades: glicosúria em não diabéticos; acidose metabólica; fração da excreção de ácido úrico e fósforo aumentada, reabsorção tubular do fósforo diminuída β2-microglobulinúria. Foram analisados oito polimorfismos de um único nucleotídeo nos genes: ABCC2, ABCC4, ABCC10 e SLC28A2, com genotipagem realizada com a tecnologia de sondas TaqMan na plataforma de PCR em tempo real ABI 7500. Das 204 PVHIV, 38 (18,5%) PVHIV preencheram os critérios para o diagnóstico de TRP (casos), 64,2% foram do sexo masculino, A média de idade foi de 45,6 anos e a média de uso de TARV foi de 4,6 anos. Em uma análise multivariada, o uso do TDF (OR=12,9), o uso de TDF por mais de três anos (OR=4,84), em indivíduos mais velhos (OR=1,06), uso de IP´s (OR=3,3), de anti-hipertensivos (OR=12,3) e anticonvulsivantes (OR=61,08) apresentaram associação com o risco de desenvolver a TRP. O genótipo C/T do SNP rs3740066 do gene ABCC2 esteve associado com o aumento de ácido úrico excretado na urina (p-valor= 0.002) e aumento da fração do fósforo excretado (p-valor 0.0041). O genótipo T/T do rs11854484 do gene SLC28A2 também esteve associado ao aumento de ácido úrico excretado na urina (p-valor=0.027). O genótipo T/T do rs3740066 do gene ABCC2 esteve associado com menor concentração venosa de bicarbonato (p-valor= 0.012). Alguns genótipos estiveram associados com o aumento de excreção da β2-microglobulina: genótipos A/G do rs8187710 do gene ABCC2 (p-valor=0.003) e do gene ABCC4, os genótipos A/G do rs1059751 (p-valor 0.023), G/G do rs1059751 (p-valor=0.030) e C/C do rs3742106 (p-valor= 0.041), o que sugere uma possível utilização do mesmo no monitoramento dos pacientes sob uso de TDF para a detecção precoce da TRP e preservação da função renal.