Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Danilo Manoel Farias da |
Orientador(a): |
PETERS, Gabriel Moura |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Sociologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55548
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Resumo: |
Na evolução da estrutura social brasileira, a mobilidade social é de curta distância, enquanto as desigualdades sociais e raciais são de longa duração, formando um padrão de manutenção das desigualdades entre os grupos e classes sociais enquanto principal traço estrutural do país. Em uma perspectiva relacional, a mobilidade social histórica não altera a distância relativa entre as classes e grupos socais, mas opera um efeito de translação. No entanto, entre 2003 e 2011, principalmente, se forma um novo padrão de mobilidade social, que surge a partir de uma confluência entre fatores políticos (políticas públicas do Estado) e econômicos (reestruturação produtiva do capital) que afetam sobretudo a base da pirâmide social, gerando além de impactos na redução das desigualdades sociais, um movimento ascensional na estrutura de classe social do Brasil. Essas mudanças na estrutura social levaram a “lutas de classificação” pela sua explicação e compreensão. A classificação, segundo Bourdieu, consiste em uma dimensão frequentemente esquecida da luta de classes, uma luta simbólica pela formação da percepção que não só constata, mas cria realidades (poder simbólico), entrando a verdade do mundo social em um jogo de lutas políticas para modificar os esquemas de percepção -o controle do visível e a manutenção simbólica do invisível-, o que chamamos aqui, em um diálogo de Bourdieu com o marxismo e a psicanálise, de socioanálise da percepção. Desse modo, esta tese de doutorado visa analisar as mudanças na estrutura social brasileira das últimas décadas, que ocasionaram a mobilidade social das classes e frações de classes oriundas da pobreza, estruturando “grupos intermediárias” entre a ampla maioria da população e a classe média. Foi um fenômeno de emergência de uma nova classe na estrutura social brasileira, que veio acompanhado da redução das desigualdades sociais e econômicas que nas últimas três décadas permaneciam quase inalteradas. Nesse âmago, a tese ora proposta pretende analisar essa mudança da estrutura social brasileira a partir de uma sociologia de reconstrução histórica, como defende Florestan Fernandes (para revelar o dinamismo das estruturas em ebulição e atingir o fundo da realidade), articulada com os dados quantitativos acerca das mudanças recentes da estrutura social brasileira e de uma pesquisa qualitativa acerca da dinâmica contemporânea das classes sociais, a “Radiografia do Brasil Moderno”, onde participei como pesquisador de campo, no âmbito do Ipea. Objetivando, com isso, as mudanças e permanências sociais que ocorreram nas frações ascensionais dos trânsfugas de classe batalhadores (efeito de histerese em relação à posição de classe social de origem) e os efeitos políticos da sua luta simbólica de classificação. |