Mazzaropi: um pícaro na pátria Jeje de Exu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: PEREIRA, Jesana Batista
Orientador(a): NOGUEIRA, Maria Aparecida Lopes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/570
Resumo: Esta pesquisa visa compreender o cinema de Amácio Mazzaropi, tomando seus filmes como um sistema de imagens que se funda nos domínios do sistema de imagens da cultura cômica popular da Idade Média, no qual se faz presente um neopícaro-quixote carnavalizando, através do riso, da sátira, da ironia e do grotesco, as injunções de uma estrutura de transformações como uma forma de resistência cultural. Objetivamos, portanto, mostrar que é como um neopícaro do tipo pícaro-quixote que o Jeca de Mazzaropi perambula por este universo, não só satirizando e ironizando os dilemas de sua sociedade contemporânea, como também revelando um ideal utópico, não no sentido da ambição pessoal, individualista, do pícaro dos textos clássicos espanhóis, mas da utopia como espaço para uma sociedade diferente Neste sentido, nosso intento é mostrar que o Jeca de Mazzaropi, não importando em quais personagens ele se incorpora, pode ser visto como uma personagem que se presta a ser lida como parte da galeria dos pícaros que povoaram a literatura, bem como o cinema. Para tanto, fizemos uma pequena incursão nas leituras feitas sobre Mazzaropi e o seu cinema no sentido de entender do que elas falavam e em que direção. Detivemos-nos aqui, especificamente, a trabalhos encontrados de cunho acadêmico e às críticas jornalísticas que se encontram disponíveis no site do Museu Mazzaropi Sucesso e Crítica . O objetivo é situar nossa leitura como mais uma possibilidade de interpretação da obra de Mazzaropi. Tentamos situá-lo em um sistema de idéias sobre cinema no Brasil, mostrando o contexto de produção de sua obra e os possíveis sentidos dos dramas vividos por seus personagens. Enfocamos o cinema não enquanto registro e nem tampouco no como os seus instrumentos técnicos registram, mas no cinema enquanto um espaço que abriga um imaginário, e neste enfoque utilizamos as proposituras de Edgar Morin e Gilles Deleuze. Tomamos aqui a via da Antropologia, entendida segundo Gilbert Durand como o conjunto das ciências que estudam a espécie homo-sapiens . Utilizamos o método pragmático e relativista de convergência proposto por este, que nos mostrou variações de um mesmo tema arquetipal